Bom dia, pessoal!!!! Sei que o local que ganhou a votação da enquete “VIAGEM: quais desses lugares você gostaria que ganhassem um post em breve?” não foi o Vale do Loire e seus castelos, e sim Cancun, a linda cidade mexicana com famosas praias banhadas pelo mar azul clarinho da riviera maia…
Então o que será que essa postagem está fazendo aqui hoje?
Bom, ela faz parte de mais uma surpresinha que andei preparando nas férias do blog e postarei aqui na quarta-feira. Por causa da novidade, resolvi promover a SEMANA DA FRANÇA no Casos & Coisas da Bonfa.
Sendo assim, todas as publicações dessa semana tem a ver com o lindo país cuja língua admiro muito e aprendi de forma auto-didática durante dois anos. Se sei falar francês? Muito pouco e tudo errado, rsrsrsrs! Mas consigo me fazer entender e leio bem.
Essa viagem foi realizada em 2008, logo após nosso passeio pelos países escandinavos e, já que havia uma escala obrigatória em Paris, pensamos em aproveitar a oportunidade para visitar os famosos castelos do Vale do Rio Loire, que ficam em pequenas e chamosas cidades no interior da França.
Contratamos uma excursão que saía da capital bem cedinho (porque lembro que o sol nem havia aparecido), conhecemos 3 castelos e só retornamos à noite. Ficamos cansados, mas com gostinho de “quero mais”, ou melhor, com gostinho de “temos que voltar algum dia e explorar TOOOOODO o interior da França e esses lugares fenomenais!!!!”.
Nossa primeira parada foi o Château de Chambord, o maior e mais famoso entre os castelos da região, que tem estilo renascentista. Dependendo do dia da semana e da época do ano, o roteiro muda e os castelos abertos à visitação não são os mesmos. Por esse motivo, é bom fazer uma consulta prévia.
Pessoal, como fizemos essa viagem há 3 anos, não lembro de muitos detalhes e recorri ao seguinte site em busca de informações históricas e estruturais/arquitetônicas:
http://www.viagensimagens.com/
Portanto, decidi escrever esse post assim: o que estiver em negrito na cor rosa é texto retirado do site (com a devida autorização dos simpáticos Douglas e Regina) e o que estiver em preto são minhas considerações, OK?
Para erguer Chambord foram necessários 1800 homens, trabalhando durante vários anos. O terreno do palácio, incluindo os bosques à sua volta, cobrem uma área de 5.500 hectares, e o prédio mede aproximadamente 160 metros de comprimento por 120 metros de largura. Ao todo são 440 aposentos, 14 grandes escadarias, 70 escadas menores, e 365 lareiras. Como se não fosse suficiente, Chambord ainda teve seu projeto elaborado em parte por Leonardo da Vinci. A foto superior mostra a fachada principal de Chambord.
O local já era um ponto freqüentado pelos nobres devido à boa caça existente nas florestas daquela região. Foi quando o rei François I teve a idéia de construir um palácio suntuoso, à altura de sua grandiosidade e reinado. As obras começaram em 1519, e vinte anos após, a maior parte já estava concluída.
Quando eu vejo as fotos onde apareço em frente às fachadas é que tenho a noção de como essas construções são gigantescas!!!! Vocês imaginam o que era morar em um lugar assim?Eu não faço ideia! A quantidade de cômodos, peças e serviçais para manter essa estrutura funcionando era absurda!!!!
Na sacada onde tirei a foto acima, as damas podiam caçar, usando falcões treinados para buscar as presas, enquanto seus maridos iam à caça nos arredores do castelo.
As fotos das camas são interessantes porque, anos depois dessa viagem, ao conhecer outros castelos, descobri por meio de um guia especializado que muitos nobres da época dormiam sentados!!!! É por isso que algumas camas eram tão pequenininhas.
Em seguida, partimos para o Chatêau de Chenonceau. O castelo é fantástico ao nível do solo, mas é mais bonito ainda visto do céu. Só dá pra ter essa perspectiva sobrevoando o local de helicóptero ou de balão e deve valer muito à pena!!!!
Durante o reinado de François I, a propriedade foi comprada por Catharine Briçonnet, que determinou que fosse tudo demolido, com exceção da torre. Foi então construído um novo castelo sobre as fundações da antiga mansão. Mas os custos foram altos, e como a família não podia pagar seus débitos, a propriedade acabou sendo vendida para o rei. Em 1547, no reinado de Henrique II, este deu a propriedade de presente para sua amante, Diane de Poitiers, que tratou de contratar um arquiteto para aumentar sua nova casa, mandando inclusive construir uma ponte sobre arcos, ligando a mansão à outra margem do rio. Foi ela também quem projetou os jardins, vinhedos e uma série de outras melhorias.
Em 1559, com a morte do rei Henrique II, Catarina de Medici, sua mulher, botou a amante para fora de Chenonceau, mas gostou do que ela tinha feito, e resolveu dar continuidade às obras. Mandou então construir um novo aposento, exatamente em cima da ponte construída por sua rival. Este imenso salão sobre o rio, com dois andares e 90 metros de comprimento, passou a ser conhecido como Grande Galeria, e iria se tornar a marca registrada do castelo.
Que barraco, hein? Mas pelo menos Catarina e Diane tinham o mesmo bom gosto, rsrsrsrs!!!!
Catarina de Medici aumentou ainda mais os jardins e parques do palácio, fazendo da propriedade um ponto concorrido por suas festas famosas para a sociedade da época. Quando a rainha Mary Stuart visitou a França, em 1560, Catarina de Medici lhe preparou em Chenonceau uma recepção com 1000 pessoas que durou vários dias, contando com apresentações teatrais, pintores para registrar o evento, poetas e muita música.
Gente, os jardins são realmente belíssimos e mudam bastante conforme as estações do ano. Ainda bem que fomos no início do outono, quando ainda era possível ver algumas flores.
Talvez a única coisa frustrante sobre este local é que, para apreciar plenamente a beleza de seus jardins um visitante teria que estar a bordo de um helicóptero ou coisa parecida. Os franceses sempre foram excelentes mestres de jardinagem, mas o conjunto da obra, infelizmente, não pode ser adequadamente apreciado do nível do chão.
A foto acima foi retirada do seguinte site: http://www.labelleinfrance.com/2011/04/the-loire-chateaux/ e mostra a vista aérea do castelo. Lindo demais, né????? Um passeio de helicóptero ou balão por essas bandas deve ser uma experiência inesquecível e perfeita para uma lua-de-mel super romântica!!!!!
Após a morte de Catarina e o assassinato de seu filho Henrique III, o Castelo se tornou propriedade de sua mulher Louise De Savoie. As festas então acabaram, o castelo passou a viver numa permanentemente atmosfera de luto, entrando a seguir num período de decadência e abandono. Depois de muitos proprietários, foi apenas no século 18, até ser comprado por Mme. Dupin, que Chenonceau voltou a florescer, quando tornou a receber hóspedes célebres, como Voltaire e Rousseau.
Aí está o Marcelo no mini-labirinto de Chenonceau. Não dá pra se perder de verdade, mas é divertido brincar aqui…
Agora vamos falar sobre as cidades que abrigam esses castelos? Ah, gente… essa é aparte que mais gosto!!!!! Paris é linda, é monumental e é considerada a cidade mais romântica do mundo, mas… não tem o charme do interior do país!!!! Sei que minha opinião é polêmica, mas tendo nascido e crescido no Rio de Janeiro, uma grande metrópole assim como a capital francesa, eu sempre me senti fascinada por cidades pequenas e tranquilas. São esses recantos aconchegantes e pitorescos que mais me encantam quando viajo. Lixo na rua? Nem pensar!!!! Confiram nas fotos a seguir.
Vejam quantas flores existem nos canteiros da calçada da pizzaria LE PINOCCHIO, que fica do lado oposto ao Château de Cheverny!!!!!
Entrada do Château de Cheverny
Elegante e simétrico, o Château de Cheverny é pequeno se comparado com outros castelos da região, mas sua decoração interior é extremamente luxuosa.
Adorei passear pelos jardins do castelo e avistar árvores com folhas em tons de laranja queimado bem vivas no início do outono!!!!
Ah, finalmente era permitido fotografar quase todo o interior de um castelo e aproveitei para registrar os cômodos que mais me agradaram…
Sempre me encanto com a minunciosidade das pinturas em tetos e paredes: observem a riqueza de cores e detalhes!!!!!
Amei esse quarto de brincar e os cavalinhos que adoraria ter tido quando era criança, rsrsrsrs!
Os aposentos foram redecorados muitas vezes e o castelo mantém a última intervenção em exposição.
Nada mal ter algumas pinturas originais do Van Gogh em casa, né?
Enfim, essa excursão de um dia aos castelos foi uma experiência interessante que recomendo pra quem já conhece bem a capital francesa, mas para quem vai a Paris pela primeira vez e dispõe de menos de 5 ou 6 dias, acho melhor se concentrar na cidade que oferece diversas opções de cultura e lazer.
O ideal mesmo, na minha opinião, é alugar um carro e ir passeando pelo interior do país, sem hora pra terminar a visita aos castelos, e poder conhecer um pouco da vida tranquila das cidades pequenas e chamosas que abrigam essas construções gigantescas, incluindo visitas a vinícolas e bistrôs pitorescos. É o que pretendemos fazer algum dia… e espero que ele não demore muito a chegar!!!!!
Um grande beijo e VIVE LA FRANCE com liberdade, igualdade e fraternidade pra todos!!!!!