domingo, 12 de agosto de 2012

Resumão das férias na Turquia – Parte 4: um passeio de balão pela região da Capadócia

Bom, acho que eu já contei a história do voo de balão todinha através das imagens acima, rsrsrsrs!  Então vamos aos detalhes?

Sobrevoar a Capadócia em um balão não era um sonho tão antigo quanto conhecer Pamukkale. Mas, à medida que fui viajando e pesquisando sobre diferentes atrações turísticas, descobri o balonismo e, apesar de existirem diversos lugares no mundo onde é possível vivenciar a experiência, essa região de relevo exótico é considerada uma das mais interessantes a serem vistas lá de cima.

Conforme contei no post anterior, quando chegamos a Goreme fazia frio, estava chuviscando e pensamos que, depois dos ventos fortes que sopraram por todo o país na véspera, não deveríamos ficar muito animados com o passeio de balão. O gerente do hotel nos avisou logo de cara que os voos haviam sido cancelados nos dois dias anteriores e que iria nos colocar em uma lista de espera, que já estava cheia.

Eu tentei ao máximo conter minha ansiedade (ô, coisa difícil!!!!) e pensar que, se houvesse a oportunidade de fazer o passeio, seria um bônus, mas que eu não deveria contar com isso.

O gerente do hotel (Mustafa) ficou de nos dar uma resposta sobre uma possível vaga na segunda subida dos balões na véspera do passeio e, quando o encontramos à noite, ele disse que estava tudo certo. OBAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!! Fiquei empolgadíssima, porém um pouco preocupada com as condições do tempo. Ainda não tínhamos visto um dia inteiro de sol na Capadócia e fiquei com medo de que chuvesse ou começasse a ventar novamente.

E eis que na manhã seguinte, o dia estava assim: lindo, ensolarado e o céu não tinha nenhuma nuvem!!!! Ô, querido São Pedro, obrigada, muito obrigada mais uma vez!!!!

Enquanto esperávamos pela van que nos levaria ao ponto de encontro com os outros passageiros, vimos um pequeno balão surgir no horizonte. Peguei a máquina para registrar o momento e, somente alguns segundos depois, outro balão também subiu… e depois outro, outro e mais outro, até que contássemos uns 30!!!!

Achei a cena linda e comecei a ficar emocionada. Eu nunca havia visto nada parecido!!!!! Os balões tinham padronagens e cores diferentes. Alguns, como o da foto acima, possuíam uma Logomarca ou o contato de uma agência de turismo estampada em sua lona.

Enquanto admirávamos os pontinhos coloridos no céu, nossa van chegou e nos levou ao restaurante onde tomamos o café da manhã. Eu não quis comer muito porque fiquei com medo de sentir algum enjoo e porque estava bastante ansiosa também. Meu prato consistiu de charutinhos de queijo (Sigara Böreği) e uma fatia de queijo branco bem salgado. Os organizadores nos dividiram em grupos e nos deram uma folha com informações técnicas sobre o balão, o nome do nosso piloto e instruções sobre como proceder na decolagem e aterrissagem.

Tanto eu quanto o Marcelo pensávamos que sentiríamos um friozinho na espinha ao decolarmos e quando nos aproximamos do balão, comecei a ficar um pouco nervosa.

Nosso piloto se chamava Yaşar, era bastante simpático e até fez uma piadinha, dizendo que seu balão se chamava Titanic… ui!

Eu relaxei imediatamente quando o balão começou a subir porque seu movimento era tão suave… nem parecia que estávamos voando. A sensação era a de que estávamos flutuando!!!! Foi delicioso e, para minha total surpresa, não senti medo NENHUM!!!!

Gente, não rolou nem um pequeno friozinho na espinha… nada, nada, nada!!!!

Foi delicioso ver a Capadócia lá de cima!!!! Nos apaixonamos ainda mais por esse lugar e o Marcelo falava sobre voltar algum dia pra explorar outras atrações por conta própria. Ficamos encantados com essa visão única!!!!

O piloto nos disse que o trabalho dele era fazer o balão subir e descer, mas era o vento que controlava a direção do veículo. Essa foi a maior novidade pra mim!!!! Eu não tinha noção de que era assim, mas pude confirmar a informação no dia seguinte, quando acordamos com um balão quase em frente à janela do nosso quarto de hotel. Provavelmente o vento os estava empurrando naquela direção, o que não aconteceu na véspera.

O relevo em forma de suspiro parecia ainda mais com suspiro visto de cima!!!!

E houve um momento em que a gente subiu mais alto…

… e mais alto…

… e mais alto…

… e mais alto…

… até chegar aqui!!!! Lembrei das paisagens que a gente vê através da janelinha do avião, mas eu estava ao ar livre e foi muito mais legal!!!! E, garanto a vocês: realmente não tive medo nenhum!!!! Só quando o piloto acionava a chama pra fazer o balão ganhar altura é que dava um nervosinho porque a gente via a explosão e sentia o calor do fogo acima das nossas cabeças, mas isso é normal. É desse jeito que a coisa funciona.

De repente, tudo lá embaixo ficou tão pequenininho que nem parecia real… era como se eu estivesse em terra firme vendo um filme. Foi muito interessante e fiquei surpresa com a minha reação de calma e tranquilidade.

Apesar de ter sofrido durante muitos anos com medo de avião, hoje em dia sei que meu incômodo era somente a turbulência, aliado ao fato de que sofri uma experiência muito desagradável em 1998, durante um voo Londres-Rio, no qual desgrudei do assento e, se não fosse o cinto de segurança que mantenho sempre afivelado, eu teria batido a cabeça com força no teto da aeronave. Felizmente, viajei bastante depois desse episódio e nunca mais aconteceu nada parecido, o que me ensinou que essa situação é bem menos comum do que eu imaginava na época.

Fiz os registros acima pegando parte da cesta do balão, para vocês terem uma ideia da sensação de estar a muitos metros do chão dentro de um compartimento pequeno e apertadinho.

Não sei se acontece turbulência durante os voos de balão, mas o nosso foi muito suave. E reparem na nossa sombra lá embaixo!!!!

Vimos alguns curiosos desenhos à distância e resolvi dar um zoom para capturá-los.

Foi um pouco difícil registrar nossa presença dentro do balão porque não havia muito espaço para se distanciar e fotografar, mas conseguimos algumas imagens interessantes, como as das fotos acima.

Nesse momento, estávamos nos preparando para pousar e a sombra do balão ficava cada vez maior.

Depois de uma hora de voo, o piloto nos informou que era hora de guardarmos as câmeras e nos posicionarmos para a aterrissagem.

Precisamos nos agachar e segurar uma corda presa na cesta com as duas mãos, sendo que no papel contendo as instruções de voo  que recebemos, dava a impressão de que a cesta tombaria lateralmente, mas não foi o que aconteceu. Sentimos um pequeno “tranco” e foi só isso.

Enquanto descíamos, o piloto se comunicava com o pessoal de terra informando nossa posição e eles vieram rapidamente ajudar a estabilizar o pouso do balão, além de trazerem um pequeno lanche e uma garrafa de champagne para celebrarmos a experiência!!!!

Aproveitei para tirar uma foto com o simpático Yaşar, mas tive que entrar na fila porque todo mundo queria registrar o momento ao lado do piloto.

Ao fim do voo, brindamos à nossa aventura com champagne misturado a um suco de cereja deliciosamente azedinho, ganhamos um certificado com nossos nomes e ficamos muito gratos e felizes!!!!

Quando terminamos nossas taças, o Marcelo foi dar uma volta nos arredores e apareceu com a rolha nas mãos. Achei o máximo ele ter “capturado” o souvenir mais importante da nossa viagem, conforme mencionei no post sobre as comprinhas que fizemos na Rússia, Turquia e Grécia.

Em seguida, caminhamos até o ponto em que a van nos aguardava para que nos levasse de volta ao hotel.

Quando chegamos ao ARCH PALACE, o simpático Mustafa sugeriu que tomássemos o café da manhã antes de iniciarmos o tour vermelho e, apesar de não estar com muita fome, eu aceitei porque adorei a pastinha de pimentão vermelho bem apimentada, o queijo branco bem salgadinho e o pão quentinho e macio que o hotel oferecia aos hóspedes. A salada de frutas também era suculenta e elegemos o lugar como a nossa melhor hospedagem em toda a viagem de férias. Bom, vale lembrar que somos turistas mochileiros que escolhem hotéis BBL: Baratos e Bem Localizados!!!!

Antes de começar a escrever esse post, fui rever a participação da Fê Costta na seção Bonfa Convida em 9 de julho de 2010. Ela relatou a mesma experiência pela qual passei e foi interessante perceber como nossas impressões foram parecidas!!!! A diferença é que ela voou na primeira subida dos balões, considerada a mais bonita porque é possível presenciar o nascer do sol. Pelas fotos do seu post, percebi que a passou por lugares diferentes e viu mais chaminés de fada do que a gente, o que deve ter acontecido por causa do vento. Confesso que quando publiquei seu relato, eu não imaginava que realizaria meu sonho pouco menos de dois anos depois. Concordo com a que seu eu precisasse resumir a esperiência em uma única palavra, esta seria INESQUECÍVEL!!!!!

O Marcelo escreveu o seguinte em seu relato no www.mochileiros.com:

“O balão decolou umas 7:30, o voo levou uma hora. O piloto transmitia segurança. Fomos quase ao solo, fomos bem alto. Quem leva é o vento, o piloto só faz subir e descer – assim ele nos disse. Achei o passeio de balão a maior paz. Havia pouca gente (era um balão para 10 passageiros), as pessoas falavam baixo (ou eu não ouvia), curtiam, admiravam (e, claro, fotografavam). Uma hora inteira de paz, leveza e extrema beleza, é a minha lembrança. Experiência única, emocionante.”

E isso é tudo, pessoal! Termino esse relato desejando que um dia seus sonhos se tornem realidade e, penso que quanto mais sonhos vocês tiverem, há mais chances de alguns deles se concretizarem, não é verdade???? Por isso, eu tenho vários, rsrsrs!!!!

Até o próximo post sobre esse país pelo qual me apaixonei e senti uma ligação profunda!!!!! Minha mãe, que é loura de olhos verdes, sempre conta que a enfermeira que me entregou em seus braços logo que nasci, perguntou de cara: “O pai da menina é turco? Que cara de turca ela tem!”.

Um grande beijo!!!!

Bonfa-ass