Há mais ou menos três semanas, eu e Marcelo resolvemos colocar em prática uma ideia que tínhamos há tempos: passar um final de semana em Ouro Preto, Minas Gerais. Já havíamos estado nessa charmosa cidade mineira quando éramos pré-adolescentes: ele, juntamente com a turma do colégio e eu, com minha família. Como Ouro Preto fica a seis ou sete horas de viagem do Rio, resolvemos pegar um ônibus na rodoviária na sexta-feira depois do trabalho e voltar no domingo à noite.
Apesar do ônibus semi-leito ser razoavelmente confortável, não consegui dormir direito por causa dos solavancos da estrada, mas quando chegamos à Ouro Preto e começamos a passear pela cidade, o sono foi embora (pelo menos durante o dia).
A primeira coisa que vi na praça principal foram essas esculturas em tamanho natural entalhadas na madeira. Fiquei impressionada com os detalhes das peças e descobri que o artesão responsável pelas criações trabalha ali mesmo durante o dia. Assim todos os passantes podem apreciar seu trabalho enquanto ele cria novas e fascinantes obras de arte.
Adoro essas ruelas estreitas cheias de casinhas aconchegantes e fofas adornadas por janelas e portas das mais diversas cores!
Sempre que visito cidades menores, tenho a impressão de que nasci no lugar errado… ou talvez seja exatamente por morar em uma cidade grande como o Rio que eu valorize tanto esses recantos tranquilos como Ouro Preto. De uma coisa eu tenho (quase) certeza: eu seria uma pessoa bem menos estressada!!!!
Acho que eu moraria aqui com toda a tranquilidade… teria um jardim bem bonito e tomaria chá de capim limão acompanhado de um pedaço de bolo de cenoura ou de fubá todos os dias às cinco horas da tarde. Bom, primeiro eu teria que aprender a fazer bolo… mas é bom sonhar, né?
Adoro reparar nos detalhes que encontro pelo caminho e amei essa plaquinha fixada lateralmente, além do tom de azul cobalto das portas e janelas dessa construção.
E que tal essas janelinhas cheias de detalhes com mini-sacadas? Gosto muito desse tipo de construção e confesso que morro de vontade de dar uma espiadinha pra tentar ver um pouco da decoração interna…
Além das lindas igrejas que visitamos e que não pudemos fotografar, conhecemos algumas minas de ouro durante a viagem e a primeira delas foi a MINA DO CHICO REI. A entrada para a atração turística era bem interessante. Havia um restaurante muito aconchegante e portas de madeira com lindos desenhos entalhados representando o escravo conhecido como “Chico Rei”, além de algumas vistas da cidade e seu casario típico.
E aí estamos nós com os capacetes necessários à visitação da mina. Na foto à direita, uma prévia do que se vê lá dentro: caminhos e passagens estreitas, onde uma pessoa baixinha como eu ainda precisa andar quase engatinhando em alguns trechos. A visita é interesante e nosso guia era muito simpático e bem instruído a respeito da história do local.
Depois dessa aventura, decidimos que precisávamos de uma cervejinha gelada e fomos parar no Café Geraes (Rua Conde de Bobadela 122 – Centro. Tel: (0xx31) 3551-5097), um simpático restaurante e piano bar com decoração ao mesmo tempo rústica, retrô e super charmosa! Saí fotografando tudo na maior cara-de-pau porque achei o lugar fantástico! Só esqueci de clicar a caixa registradora antiquíssima, que chamava a atenção de vários passantes na rua…
Os sousplats eram discos de vinil, que criatividade!!!!! E muitas coisas me remetiam aos anos 50 e 60, como as cadeiras, por exemplo.
E cá estou eu, com o cabelo desgrenhado cheio de raízes brancas, ostentando olheiras profundas, o colar fora do lugar e um pedaço do sutiã aparecendo… mais ou menos como sou no dia-a-dia: cansada, mas feliz!!!!! Ah, e mais feliz ainda por estar degustando uma cerveja Colorado Indica, proveniente de Ribeirão Preto, uma das melhores marcas nacionais atualmente, na minha opinião. A Colorado Demoiselle, minha preferida, conquistou medalha de ouro no European Beer Star 2008, na categoria porter, vencendo importantes e conhecidas marcas européias nesta prestigiada categoria inglesa.
A seguir, mais fotos do Café Geraes, lugar extremamente convidativo e aconchegante. Pena que só tínhamos um final de semana na cidade e já havíamos decidido onde comer, porque o cardápio era extremamente promissor e achei que valeria a pena ter experimentado alguma comidinha…
Amei essa cristaleira feita de madeira escura e repleta de louças fantásticas provenientes de vária épocas e representativas de vários estilos.
Na foto acima, vocês podem ver os sousplats de perto e os porta-guardanapos de pano colorido em formato de flor.
Depois de darmos mais algumas voltinhas pela cidade e conhecermos outras igrejas, decidimos almoçar. Como de costume, antes de planejarmos qualquer viagem dentro ou fora do Brasil, consultamos os DESTEMPERADOS e este retaurante, o BENÉ DA FLAUTA, foi super bem recomendado pelos simpaticíssimos e talentosos blogueiros.
O restaurante é bem simpático, simples e requintado ao mesmo tempo.
O Bené da Flauta possui três andares e seu subsolo abriga uma adega com muitos rótulos de vinho, além de banheiros com plaquinhas de porta fofíssimas!
Essa é a placa da porta do banheiro feminino, não é uma gracinha?????? Adoro patchwork!
Fiquei encantada com essa pintura multicolorida que fez com que nossa foto ficasse bem mais bonita!
Enquanto o Marcelo examinava o cardápio, eu fotografei o chopp local chamado FALKE BIER, gostoso e um pouco mais amargo do que as Pilsen tradicionais.
Na foto acima, vocês podem ver o detalhe da bolacha de chopp.
O Marcelo pediu um prato típico mineiro, mas eu não resisti ao medalhão com arroz à piamontese acompanhado de mollho ferrugem. Foi o melhor molho ferrugem que já experimentei na vida!!!!!!!!!!!! Amei, amei, amei e recomendo a todos que forem ao restaurante, esse prato é delicioso!
Close do meu prato inesquecível!
Na hora da sobremesa, eu não tive dúvidas: pedi um mix de doces típicos com queijo minas e não me arrependi nem um pouquinho!!!!! Adoro doces de frutas e estavam todos sensacionais!
Depois de comermos bem, passeamos mais um pouco e voltamos para o albergue onde ficamos hospedados. Aí sim, bateu o maior soninho… tomei banho, mudei de roupa e não queria sair da cama, apesar da insistência do Marcelo. Quando faltou luz, dei um pulo e fui me arrumar depressa porque, apesar de já ser adulta há muitos anos, ainda conservo um terrível medo do escuro e não queria ficar sozinha dentro de um quarto desconhecido sem luz!
Então, anoiteceu… e, apesar de não estarmos com fome, fomos conhecer o Gastrô 58, que fica bem ao lado do Bené da Flauta.
Pesquisando sobre o restaurante, encontrei uma referência a ele nesse blog: http://blogveraderenusson.blogspot.com/2009/10/gastro-58.html
O lugar é muito agradável e bem romântico. Aproveitamos o friozinho da noite de outono para pedir uma garrafa de vinho acompanhada de um belisquete que já mostrei aqui no blog… lembram das ideias para receber os amigos durante os jogos do Brasil na Copa? Pois é, a receita original é essa da foto abaixo.
Trata-se de queijo de cabra acompanhado por torradinhas e molho proveniente da redução de vinagre balsâmico e mel… uma delícia e bem simples de fazer! Veja a receita aqui: http://casosecoisasdabonfa.blogspot.com/2010/06/ideias-para-receber-os-amigos-em-casa.html
No dia seguinte acordamos bem dispostos depois de várias horas de sono pesado. Essa foto foi tirada no albergue e a vista lá de cima era sensacional!
Infelizmente perdemos o trem que saía às dez horas de Ouro Preto em direção à Mariana, apesar de termos lido na internet e nos guias de viagem que o trem partiria às onze…
…e tivemos que pegar um ônibus comum atá à cidade. Mas no meio do caminho, conhecemos as MINAS DA PASSAGEM, lugar que recomendo muito! Foi um lindo passeio à uma outra mina de ouro, com melhor infra-estrutura que a do Chico Rei e uma maravilhosa surpresa!
Eu estava um pouco tensa na descida porque o carrinho parecia com esses de montanhas russas, que odeio e morro de medo!!!! Não sou movida à adrenalina, disso tenho certeza!
Mas foi tudo tranquilo!!!!! O carrinho ou trenzinho balançava um pouco, mas ia devagarinho.
Esse era o ponto final e daqui seguimos à pé para explorar a mina.
Em um dos pontos, descobrimos que havia um instrutor de mergulho e alguns alunos que estavam lá para explorar as cavernas subterrâneas. Mas atenção: não dá pra fazer isso sendo marinheiro de primeira viagem. Você precisa ter alguma experiência prévia em mergulho para se inscrever nessa atividade…
…que deve ser sensacional!!!!!! Reparem na cor da água!!!!!!
Dava pra ver todas as pedrinhas com seus mínimos detalhes. A água é muito limpa, cristalina e possui um tom de azul intenso!
Adoro reparar nas combinações de cores utilizadas nas casas antigas, às vezes inusitadas, mas que proporcionam um resultado harmonioso, como vocês podem constatar na foto acima.
Depois da visita às Minas da Passagem, passeamos um pouco pela cidade de Mariana, que estava bem vazia no domingo, mas eu aproveitei para fotografar algumas das lindas fachadas que encontrei ao longo do caminho.
Conseguimos pegar o trem que partiu às 14 horas de Mariana com destino a Ouro Preto e a viagem durou aproximadamente uma hora. Algumas vistas são deslumbrantes e vale a pena levar a máquina fotográfica nesse trajeto!
Na nossa última tarde/noite em Ouro Preto, voltamos ao restaurante/bar/café Bené da Flauta para tomarmos um chopp antes do jantar.
Dessa vez sentamos próximos à entrada e pedimos somente alguns antipastos deliciosos acompanhados de torradas bem quentinhas.
Adoro tudo isso: berinjela, pimentão vermelho, abobrinha e tomate refogados com bastante alho e azeite… hummmmm!!!!!
Anoiteceu novamente e curtimos bastante as atrações da cidade iluminada com lua cheia antes de voltarmos ao Rio.
O Museu da Inconfidência fica lindíssimo com essa iluminação noturna.
Nossa última parada antes de pegarmos o ônibus de volta para o Rio foi o restaurante O PASSO (Rua São José 56 – Centro, Tel: 0xx31 3552-5089). Notaram as luminárias coloridas verde, vermelha e azul? Adorei esse detalhe!
Instalada em uma casa do séc. XVIII, no Centro Histórico de Ouro Preto, o restaurante possui vários ambientes e uma adega. Oferece comida italiana com uma variedade de massas, saladas, pães, entradas, petiscos, pizzas e sobremesas.
Pedimos um corniccioni de entrada que levava mussarela, presunto de Parma, alecrim e manjericão. Estava delicioso e eu quase não consegui terminar o prato principal por causa dessa boa pedida!!!!
Esse foi o prato do Marcelo que eu quase pedi também. Ele consistia de picanha maturada bem suculenta acompanhada de massa al dente com queijo Grana Padano. Impecável!!!! Delicioso!!!! Esplêndido!!!!
O meu não foi mais fraco, mas o do Marcelo estava mais gostoso… como quase sempre! Pedi uma massa com camarões ao molho de queijo e o sabor não decepcionou, mas a picanha estava mais tentadora!!!!
Vocês não sentem que falta alguma coisa nesse post? Quem me conhece há algum tempo sabe que eu adoro trazer uma lembrancinha de cada lugar por onde passo e dessa vez não poderia ser diferente. O artesanato local em madeira e pedra sabão é muito bonito, mas confesso que, de tanto ver a mesma coisa, eu enjoei um pouco… até me apaixonar por uma peça fofa, que é a cara da minha sala e que eu só encontrei em uma única loja e era a única peça. Pronto, naquele momento decidi o que levaria pra casa como recordação dessa viagem deliciosa…
O objeto em questão foi esse manequim feito de ferro pintado de preto que combinou perfeitamente com esse cantinho lá de casa, onde predominam peças de metal e madeira. Não é um mimo???? Já estou até pensando em usá-lo como objeto decorativo para a próxima festinha lá em casa inspirada no Outono/Inverno. Alguém desconfia do que vou fazer com esse manequim? Esperem e descubram em breve!!!!
Amanhã eu e Marcelo completaremos cinco anos de vida em comum (além dos dez de namoro!!!!) e eu pretendo preparar um jantarzinho romântico pra celebrar a data. Depois mostro tudinho aqui no blog, mas vocês prometem que vão torcer pras minhas experiências culinárias darem certo? Espero que dessa vez eu não produza nenhuma gororoba estranha…
Um grande beijo e até sexta-feira!
