O que posso dizer da Claudinha????? Acho que já disse tudo no post da semana passada, no qual mostrei o trabalho de ilustração que desenvolvi para o blog dela, o FEITO A MÃO, cantinho virtual que adoro e frequento sempre porque trata de assuntos interessantes e diversificados. Adoro essa peculiaridade e gosto da surpresa de descobrir o tema do dia, já que tudo pode aparecer lá no blog! É realmente uma delícia navegar por ele, reler posts antigos e poder se encantar com as várias habilidades manuais dessa mulher de quem gosto muito e admiro em vários aspectos. A Claudinha é simplesmente cativante, assim como o FEITO A MÃO. Imagino que todos os que passam por aqui já leiam o blog dela, mas se ainda não tiveram a oportunidade de conhecê-lo, fica aí a sugestão de um espaço de variedades que eu adoro!
É um enorme prazer participar do Casos e Coisas da Bonfa. Admiro muito a forma dedicada como a Katia o conduz, com criatividade, ética e responsabilidade. Tudo aqui é original e é justamente isso que o torna tão especial e diferenciado entre as centenas de blogs que encontramos no dia-a-dia.
A primeira dificuldade foi escolher sobre o que falar... Como a Katinha demonstrou certo interesse nas receitas de alguns pratos que eu publiquei em meu cantinho, resolvi falar de gastronomia.
Eu não sou chefe, não tenho restaurante, não ganho a vida cozinhando… mas apronto das minhas na cozinha. Gosto de cozinhar desde que me entendo por gente. Não por obrigação, nem no corre-corre do dia-a-dia, mas na calmaria dos finais de semana e em alguns dias especiais. Faz um bem danado a gente “acarinhar” quem a gente ama com um prato de comida feito por nossas mãos. O alimento resgata memórias afetivas ligadas à mais tenra idade, quando toda felicidade do mundo se resumia a estar limpo e de barriga cheia. Ah, se as coisas permanecessem tão simples!
Apesar de, nós mulheres, termos passado anos lutando para sair da cozinha, hoje a situação é outra. Cozinhamos por opção, não mais por imposição. Cozinhar deixou de ser um estresse e passou a ser uma terapia. Deixou de ser a causa da doença e se transformou no remédio! Ninguém mais tem vergonha de assumir que gosta de cozinhar hoje em dia, enquanto até bem pouco tempo atrás isso poderia soar como uma afronta às conquistas feministas.
As recentes pesquisas têm constatado que a alimentação das crianças estava ficando cada vez mais precária. Com a correria dos pais, alimentos congelados e industrializados estavam fazendo parte do cardápio semanal familiar com muito mais frequência que o recomendável. O resultado só poderia ser uma alimentação de péssima qualidade, com prejuízo para o desenvolvimento saudável e sobrepeso dos pequenos. Em resposta, desencadeou-se um movimento denominado “slow food”. Na contramão do fast food, esta filosofia prega resgate do prazer ao comer. Ervas passaram a ser plantadas em casa, em hortinhas no fundo do quintal ou em vasinhos de plásticos espalhados pela varanda do apartamento. Muitas donas de casa voltaram a preparar os alimentos em casa, sem conservantes, aditivos ou outros produtos químicos. As refeições estão voltando a ser feitas à mesa, e não em frente à tevê. E se a mulher não sabe ou quer cozinhar, o próprio homem tem pilotado o fogão, com muito orgulho. Aos poucos, tem-se redescoberto o prazer escondido nas pequenas iguarias. Tem-se valorizado mais o saborear ao invés do engolir às pressas, o apreciar e experimentar, ao invés do simplesmente reproduzir automaticamente uma nova receita.
A globalização tornou os ingredientes raros mais acessíveis. A era da informação difundiu os segredos dos grandes chefes, seja em livros, em blogs culinários ou em programas de TV. Até os filmes infantis passaram a falar de cozinha! “Ratatouille”, “A Princesa e o Sapo” e “Tá chovendo hambúrguer” não me deixam mentir. Até as escolas passaram a incluir em suas aulas de matemática e interpretação de textos a elaboração de receitas simples. A culinária se democratizou, deixou de ser coisa de mulherzinha e hoje é muito mais um hobby que uma obrigação.
Cozinhar está na moda! Nunca antes se dispôs de tanto e em tão pouco tempo. Quer fazer uma receita indiana? Não tem livro em casa? Busca no Google que vão aparecer milhares de receitas e sites especializados. Os ingredientes estão logo ali, no supermercado mais próximo, na seção de importados, à sua espera.
Por tudo isso e mais um pouco, eu venho dedicando mais atenção à cozinha da minha casa. E foi pensando assim que busquei uma receitinha bem diferente para compartilhar com vocês, aqui no Casos e Coisas da Bonfa.
Filé ao Molho de Café
Alguém já provou filé ao molho de café? Não franzam a cara, porque a mistura é muita boa, eu garanto! Isto é, para quem aprecia café, é claro.
Certas combinações inusitadas na cozinha nos deixam com a pulga atrás da orelha, não é verdade? Geralmente dão super certo, porque os elementos se complementam, mas o medo de prová-las pode nos manter amarrados a um preconceito infantil que nos limita o paladar, a escolha do cardápio e, mais ainda, as experiências gastronômicas inesquecíveis.
Em abril, eu e meu marido estivemos em Portugal. Foi em Cascais que provei pela primeira vez um “bife à café” (eles escrevem com crase, mesmo). Estava tão maravilhoso e perfeito, que eu tinha que tentar reproduzi-lo em casa.
Bife ao café é um prato português e por isso, quando eu busquei por uma receita, o fiz em sites da terrinha. Li várias delas até encontrar uma que me lembrasse o prato que eu provei em Cascais. Claro que, no decorrer da elaboração do prato, à medida que ia provando, fui colocando um pouco mais disso, um pouco mais daquilo e acabei criando a minha própria receita, como certamente vocês o farão se forem reproduzir esta minha dica. O bom da culinária é isso: cada um pode adaptar um prato ao seu jeito e gosto pessoal.
Querem ver?
Filé ao molho de Café
600g de filé limpo
1 cabeça de alho
folhas de louro
manteiga
500g de nata (ou creme de leite fresco, se você não encontrar)
4 a 5 colheres (café) de café instantâneo
sal e pimenta a gosto
Primeiro corte os bifes de filé a gosto (alto ou baixo). Não tempere a carne antes do cozimento, para que ela não perca suco.
1. Derreta meia colher de sopa de manteiga numa frigideira e doure um dente de alho amassado e uma folha de louro.
2. Frite os bifes, um a um, na manteiga derretida, esfregando-os sobre o alho e a folha de louro para pegarem gosto. A cada bife frito, troque o alho e o louro, se estiverem queimados e complemente a manteiga, se precisar.
3. Depois de passados, reserve os bifes em um refratário e tempere com sal e pimenta a gosto.
4. Misture as natas (ou creme de leite fresco) com o café. Se gostar mais forte, use 5 colheres, se preferir mais fraco, use apenas 3 ou 4. Mexa bem para desfazer os grãos de café.
5. Leve essa mistura ao fogo, na mesma panela em que fritou os bifes. Vá misturando com a colher de pau para “limpar” o fundo da panela. Quando estiver bem quente, volte os filés para a frigideira, para aquecê-los.
Servi acompanhados com batatas ao murro e dentes de alho.
As batatas ao murro são outra criação portuguesa, e fazê-las é mais fácil que parece. Impressionante como um “modus operandi” tão simples pode resultar em algo tão saboroso e único!
Batatas ao murro
sal grosso
batatas inglesas lavadas
azeite extra virgem
alho
1. Lave bem as batatas, para retirar qualquer vestígio de terra.
2. Esfregue cada batata em sal grosso e leve ao forno em uma assadeira por aproximadamente 40 minutos. Eu forrei a assadeira pequena com sal grosso e usei papel alumínio para cobri-las.
3. Retire as batatas do forno. Com um pano de prato limpo, envolva cada batata e pressione com força, dando um “murro”, para amassá-la.
4. Coloque um pouco de sal grosso por cima e devolva ao forno por mais 15 ou 20 minutos. Desta vez, não usei papel alumínio.
5. Quando estiverem macias, estarão prontas. Antes de servir, esquente o azeite numa frigideira com alguns dentes de alho amassados e jogue por cima das batatas.
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Espero que tenham gostado.
Foi uma honra participar desse cantinho que tanto me atrai. Muito obrigada pelo convite, Katinha!
Um cheiro!
Claudinha.
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Claudinha, conforme te contei por e-mail, organizei esse post ontem de manhã e fiquei salivando ao ver as lindas fotos desse prato. Eu ainda não tinha tomado o café da manhã e fiquei com uma vontade enorme de experimentar o filé com molho cremoso e as batatas quentinhas naquela hora mesmo… ai, que delícia!
Pessoal, vocês que são super gentis em dizer que o Marcelo é um cara de sorte, estão enganados!!!! Desculpem pela revelação bombástica, rsrsrsrs, mas o cara de sorte de verdade é o Mário, marido da Claudinha! Essa receita de hoje é somente um exemplo dos pratos maravilhosos e incrementados que vocês podem encontrar no FEITO A MÃO! Enquanto eu faço canapés, belisquetes e verrines, ela cozinha de verdade!!!!!
Claudinha, obrigadíssima pela participação e parabéns pelo carinho e dedicação que você coloca em tudo o que faz, sem exceção! Beijos da fã e desejo um ótimo final de semana pra sua família e pra todos os que passam por aqui!!!!
Ah, só pra terminar, gostaria de dizer que às vezes fica difícil responder a todos os comentários por pura falta de tempo mesmo e como meus dias estão cada vez mais corridos, posso deixar aqui uma sugestão????? Quando vocês precisarem de alguma informação ou fizerem um comentário que necessita de uma réplica, será que poderiam mandar um e-mail para o katiabonfadini@gmail.com? Assim fica mais fácil e eu me comunico diretamente com vocês!!!!