Minha convidada Jackie Freitas tem uma razão muito especial para estar aqui. Conheci seu blog há pouco tempo, li dois textos mais recentes e senti como se ela estivesse escrevendo pra mim. Suas palavras soaram como um alerta e eu me reconheci em cada parágrafo do texto reproduzido aqui hoje, com a permissão da autora.
Vamos conhecê-la melhor e saber o que pensa sobre o tema que está no título desse post?
Conheço algumas pessoas que não sabem dizer não. Acham que essa palavra mais do que uma recusa soa como ofensa! Muitas vezes acabam se prejudicando por não saberem negar uma invasão que, se não controlada, acontece gradualmente.
Sempre dizemos aqui em casa que “as pessoas são o que permitimos que elas sejam” e do mesmo modo, somos nós quem concedemos espaço para que nos invadam e assumam comando em nossa vida. Impor limites é fundamental para que cada um respeite a privacidade e individualidade. Limites aos outros e a nós também! Uma das primeiras palavras que aprendemos é o “não”! Desde cedo, muito mais do que recusa, o “não” nos é colocado como delimitador, como proteção e cuidados. À medida que crescemos, começamos a distinguir o peso da negativa e nem sempre a usamos da maneira correta.
Vejo pessoas negando um abraço carinhoso a um ente querido, mas aceitando pedidos inconvenientes de amigos. Por medo de magoar, aceitam e se calam. Sofrem pelos transtornos causados, preferem poupar aos outros da mágoa, mas não temem em causar danos a si.
Dizer “sim” sempre, não é estar fazendo bem. E a pergunta que deve ficar é se está sendo bom pra você também. Não estou sugerindo a começar a avaliar se haverá apenas benefícios, mas a ponderar se a permissividade não lhe trará danos, algumas vezes irreparáveis. Pessoas permissivas tornam-se alvos fáceis dos manipuladores e eles estão por toda a parte esperando uma oportunidade para o ataque.
Por isso, questione até onde concordar com o que os outros pedem não irá lhe prejudicar. E mais, se não prejudicará outras pessoas. Dizer que não está de acordo com algo que não te agrada é um dever para com a sua paz de espírito. Não é à toa que dizem que algumas pessoas confundem bondade com bobeira.
Eu não me incomodo em dizer não, principalmente quando percebo que o pedido irá me impedir de fazer algo que realmente considere importante. Muito menos se o pedido vier com condições que me comprometam de alguma forma. Aprendi a dizer não e, se machucar quem o recebe é porque certamente me machucaria muito mais caso eu concordasse. Amigo de verdade não impõe, ele pede e compreende a recusa. Não se magoa e não te cobra explicações. Não vá além de seus princípios e desejo apenas para agradar outra pessoa. Mantenha a sua personalidade e não seja, como diz meu irmão, “Zé Piolho”. Ir pela cabeça dos outros não é vontade própria ou de agradar... quase sempre é um indicador de que alguém sairá machucado e seja quem for, não é legal!
Cuidado com o que os outros desejam e com aquilo que você permite!
Jackie Freitas
“Dizer sim quando quero dizer não é dar mais valor aos outros do que a mim, é não colocar meus limites, e isso é não me respeitar… É o mesmo que dizer que o que eu sinto não vale nada, que os outros podem passar por cima de mim à vontade. E eles passam, sem dó nem piedade. Hoje estou aprendendo a dizer não. Quando não quero alguma coisa, simplesmente digo não. Sem raiva nem emoção. Um não é só uma negativa. É nosso limite. Um direito que temos de decidir o que desejamos ou não fazer. A isso se dá o nome de dignidade. Quando nos colocamos com sinceridade, dizendo o que sentimos, somos respeitados.”
(Zíbia Gasparetto)
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Apesar de não ser novidade pra mim e de já ter sido alertada por amigos próximos sobre minha dificuldade de dizer “não”, o texto da Jackie me trouxe uma perspectiva um pouco diferente, que é a questão cumulativa. Se você não consegue dizer “não” para uma mesma pessoa durante um período prolongado de tempo por medo de parecer egoísta, de ficar numa situação desagradável ou simplesmente por querer ser gentil em detrimento do mal que isso lhe causa, esse desconforto vai se acumulando até chegar a ponto de dizer: “não dá mais, esse relacionamento não me faz bem”.
Já aconteceu comigo e, estando totalmente de acordo com o texto da Jackie, não pretendo fugir da responsabilidade de ter permitido a invasão gradativa porque fui eu que concedi esse espaço, fui eu que não soube impôr limites nem respeitar minha intuição. Com isso, me afastei de mim mesma e do que acredito que seja o melhor para a minha paz de espírito.
Não pretendo culpar ninguém além de mim por esse desfecho e gostaria de deixar esse texto como um alerta para pessoas como eu que, por medo de desagradar os outros, acabam se desagradando. Essa é uma lição que precisamos aprender!!!!
Para ler mais textos da Jackie Freitas, basta acessar o seguinte link:
http://fenix-mulheres.blogspot.com
Um grande beijo e um final de semana bastante divertido, alegre, agradável e prazeroso!!!!