Saímos de Interlaken com um pouco de neve, depois pegamos chuva fina e nevasca durante o trajeto até Lucerna.
Mesmo assim, contemplamos cenas belíssimas a bordo do GOLDEN PASS, trem panorâmico que levou duas horas para chegar a seu destino, mas nem sentimos o tempo passar de tão encantados com as belezas naturais que vimos pelo caminho.
As fotos acima foram tiradas da janela do trem e as gotinhas de chuva borraram um pouco as imagens, mas acho que dá pra perceber o quanto as paisagens são lindas, né?
À medida que avançávamos, tudo lá fora ia ficando cada vez mais branquinho…
…até que, em um dado momento, depois de o trem subir por várias colinas, ele aparentemente, empacou. Percebemos que os trilhos estavam cobertos de neve bem espessa e alguns homens munidos de pás grandonas se posicionaram diante deles. Ficamos parados por 20 minutos e depois seguimos normalmente até o nosso destino final.
Aos poucos, o trem foi descendo as colinas e a neve foi se dissipando, dando lugar a gramados verdinhos. Quando parou em Lucerna, o céu estava azul e um solzinho gostoso nos manteve aquecidos durante o dia.
Nossa primeira parada foi a Kapellbrücke, uma ponte de madeira coberta datada do século XIV, que serviu como fortificação para proteger a cidade de possíveis ataques.
Mais ou menos no meio do rio, a ponte se une à torre Wasserturm, construção octagonal que já foi usada como farol e prisão.
No século XVII, os paineis de madeira que adornam o telhado da ponte foram pintados com cenas históricas e episódios da vida dos dois santos padroeiros da cidade.
A Kapellbrücke é a ponte de madeira mais antiga da Europa e virou símbolo de Lucerna. Pessoalmente, eu a considero bastante representativa, tanto que foi um dos únicos monumentos dos quais me lembrava desde a primeira visita à cidade em 1996.
Da ponte é possível avistar algumas belas fachadas do centro histórico em diferentes tamanhos, cores e estilos.
Na minha opinião, Lucerna é a cidade suíça que possui o centro histórico mais charmoso. Pelo menos, foi o que mais me encantou. O de Berna também é muito bonito, mas tive a impressão de que a parte antiga de Lucerna é a que possui o maior número de fachadas ilustradas (coisa que adooooro!!!!). A seguir, vocês podem observar algumas dessas construções.
A quantidade de detalhes das pinturas que vi me impressionou muito e, logo ao lado desse edifício singular, havia outro com um grafismo mais moderno, porém não menos espetacular.
Imagino que essa série de ilustrações gravadas na fachada do restaurante Fritschi conte uma história interessante…
A cada esquina eu descobria mais fachadas decoradas que me deixavam apaixonada e, além das pinturas, também havia uma grande variedade de lucarnas, chaminés e sacadas medievais (Oriel Windows).*
* Obrigada pela informação, Barbara Rezende!!!!
Achei tudo lindo, lindo, lindo!!!! Eu poderia passar horas admirando cada detalhe dessas construções. Os prédios da foto acima ficam na praça Weinmarkt, que tem esse nome porque antigamente abrigava um mercado onde o vinho (wein) era comercializado.
É interessante como às vezes eu me pego pensando que algo que fiz na vida não deu em nada… e outras vezes, descubro que esse “não deu em nada” é muito subjetivo. Por exemplo, antes de me formar em Desenho Industrial, eu estudei Letras (Inglês e Literaturas Inglesa e Americana), mas tranquei a faculdade. Hoje em dia, não acredito que o curso incompleto tenha sido em vão. Uma das matérias que mais gostava era História e Literatura Medieval.
Talvez eu não valorizasse ou aprecisasse tanto a beleza arquitetônica das cidades que visito no “velho mundo” se não tivesse feito esse curso. Acho que toda a nossa trajetória de vida ajuda a formar a personalidade e a definir quem somos, de onde viemos e pra onde vamos. Ih, estou muito filosófica hoje, rsrsrsrs!
Na foto acima, vocês podem ver a Turmuhr e a Rathaus na Kornmarkt. Traduzindo: a Torre do Relógio e o prédio da prefeitura em estilo renascentista italiano no espaço conhecido como “Mercado de Cereais”.
Não vi tantas fontes em Lucerna quanto em Berna, mas adorei essa com um totem bem colorido que fica na Kapellplatz representando Fritschi, um personagem lendário que teria vivido no século XV e estaria enterrado embaixo dela. Só o que me impediu de beber a água potável da fonte foi sua temperatura baixíssima, brrrrrrrrr…
Lá atrás vocês podem ver a igreja jesuíta em estilo barroco datada do século XVII e mais algumas fachadas do outro lado do rio Reuss.
Ameeeei esses personagens em fibra de vidro que ficavam junto da vitrine de uma ótica!!!!
A loja de departamentos SCHILD possuía uma fachada interessante com desenhos de bonecas, ursinhos de pelúcia, cavalos de madeira etc. Não sei se ela fica desse jeito o ano todo ou se era uma decoração especial para o período natalino.
Quando começou a escurecer, as luzes da cidade se acenderam e a paisagem se transformou.
Havia muitos cisnes no rio Reuss, os quais eram chamados pelo Marcelo de “aqueles patos bonitos”.
Bastava a gente se aproximar das margens para que os bichinhos se empolgassem na expectativa de que oferecêssemos alguma comida.
Gosto bastante dessa hora do dia quando começa a entardecer e a luz natural diminui bastante mas o céu continua razoavelmente claro…
Penso que consegui tirar boas fotos noturnas “enganando” minha máquina digital (que estava no modo automático) de forma que ela “pensasse” estar apoiada em um tripé.
Consegui essa façanha apoiando a câmera nas laterais da ponte Spreuerbrücke. Assim, a superfície lisa e reta a manteve estável e eu pude fotografar as fachadas do centro histórico à noite sem que as imagens ficassem tremidas.
Outra ponte toda iluminada chamou a minha atenção. Adorei o efeito dos reflexos coloridos na água.
Antes de procurar um lugar para jantar, passeamos um pouco mais pelo centro histórico na única noite que dormimos em Lucerna.
O belo presépio esculpido em madeira ficava ao lado do prédio da prefeitura, mas nem reparamos nele durante o dia. A iluminação indireta valorizou bastante a instalação.
Depois de várias voltas pelo centro histórico, decidimos jantar no prédio bonitão com a fachada toda ornamentada cuja foto publiquei no início do post, o RESTAURANT FRITSCHI.
Como gostamos de experimentar cervejas diferentes quando viajamos, pedi a Hubertus, uma dunkel (escura) meio amarga. Gostei, mas não achei nada de mais.
Nossa refeição estava deliciosa!!!! O Marcelo pediu raclette, que já veio montada no prato acompanhada por batatas, picles e cebolas em conserva.
Eu optei pela batata rösti coberta com queijo raclette, gorgonzola e feta… uau!!!! Foi um dos pratos que mais gostei de comer na Suíça: a mistura dos queijos com a batata estava simplesmente divina!!!!
Depois do farto jantar, caminhamos mais um pouco antes de voltar ao hotel e passamos por esse restaurante especializado em fondue que tinha mesas bem interessantes em sua parte externa.
Fotografei os detalhes de uma das mesas coletivas. Havia uma panela de fondue no meio do tampo e vários espaços para garfinhos em sua borda. Baldes de gelo ficavam apoiados em cavidades no pé da mesa. Imagino que o cesto de palha do lado esquerdo sirva para acomodar os pedaços de pão a serem mergulhados no queijo derretido.
No dia seguinte, fizemos o checkout no hotel e deixamos as mochilas no guarda-volumes da estação de trem porque passaríamos toda a manhã em Lucerna antes de embarcarmos para Zurique.
Nós já havíamos visto o Leão escupido na pedra (Löwendenkmal) no dia anterior, mas o fotografamos com sol e não gostei muito do resultado. Havia muitas sombras ofuscando essa obra de arte sensacional, que foi feita em homenagem às centenas de guardas suíços massacrados em 1792 durante a Revolução Francesa.
Acima da escultura, há a inscrição Helvetiorum Fidei ac Virtuti ("à lealdade e bravura dos suíços"). O leão moribundo é representado empalado por uma lança, cobrindo um escudo com a flor-de-lis da monarquia francesa; ao seu lado encontra-se um outro escudo com o brasão de armas da Suíça. A inscrição por debaixo da escultura lista os nomes dos oficiais, e o número aproximado dos soldados que morreram (DCCLX = 760), e sobreviveram (CCCL = 350).*
*Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%B6wendenkmal
O portal de entrada para a estação principal de Lucerna é muito bonito, mesmo debaixo da chuva além do tolerável que encontramos pela manhã.
Aproveitamos o mau tempo para encontrar abrigo no Museu de Arte de Lucerna, espaço gigantesco construído dentro de um edifício ultra-moderno e transparente com elevadores panorâmicos, espelhos d´água etc.
Não entramos no museu, mas a fachada já nos deixou deslumbrados.
Quando a chuva diminuiu, nos embrenhamos novamente no centro histórico e registrei algumas construções, praças e fontes bonitas, como as das fotos acima.
Passamos pela antiga fortificação medieval da cidade, de onde é possível apreciar uma bela vista aérea quando se chega à Männliturm (torre), que infelizmente estava fechada no dia 31 de dezembro.
A loja de departamentos SCHILD ativou sua iluminação noturna durante o dia e registrei a fachada colorida antes de seguir para Zurique.
A última foto que tirei em Lucerna foi a da vitrine de uma confeitaria. As tortas de frutas estavam tão lindas e fartas que não consegui resistir: parei, cliquei e fiquei com água na boca.
No início da tarde, pegamos o trem para Zurique, onde nossos amigos Carmen e Thomas nos esperavam na estação… mas essa história fica para a parte final do resumão das férias na Suíça.
Um beijo pra todos com votos de um dia especial!!!!