domingo, 13 de janeiro de 2013

Uma deliciosa festa alemã em Pomerode, SC

Faz exatamente um ano que estivemos em Pomerode-SC para a famosa festa da cidade conhecida como “a mais alemã do Brasil”. Na verdade, nosso destino principal era Blumenau e foi lá que ficamos hospedados, mas posso dizer que a Festa Pomerana acabou roubando a cena e foi o ponto alto da viagem de fim de semana. Graças à querida Maria Robleño, que havia ganhado um concurso aqui do blog, soubemos da existência do evento que acontece todo ano em janeiro. Quando descobri que ela morava em Joinville, combinamos de nos encontrar em Pomerode e a noite foi uma delícia!!!!

São Pedro nos presenteou com tempo bom durante quase todo o final de semana. A previsão era de chuva todos os dias, mas só caíram algumas gotas no fim do domingo e foi um alívio porque estava muito quente.

Pomerode é o tipo de lugar pequeno e aconchegante que nos atrai. Logo na entrada da cidade há um portal onde fica o centro de informações. Passamos por lá, pegamos um folheto sobre a Festa Pomerana e fomos conhecer a Rota do Enxaimel, o maior acervo de construções no estilo enxaimel existente fora da Alemanha.

São cerca de 50 construções originais distribuídas por 16 km. As casas erguidas no período  da imigração estão em bom estado de conservação. O trajeto possui um visual bucólico e é rodeado por pastos e muito verde.

Em seguida, visitamos o Museu Casa do Imigrante Carl Weege, que conserva parte do patrimônio deixado por um imigrante alemão que se fixou em Pomerode.

A casa possui decoração típica da época da colonização alemã e conta com uma exposição de móveis antigos, roda d’água, rancho com moenda de cana-de-açúcar, prédio da atafona (moinho de fubá de milho) e um pequeno lago.

Lago no terreno da Casa do Imigrante

Sede do Museu Casa do Imigrante Carl Weege

Fundada em 1998 por Wander Weege com o intuito de homenagear sua família, o pequeno museu retrata o estilo de vida e o trabalho da família de Carl Weege e de outros imigrantes que aportaram no Brasil no século XIX.

É interessante voltar num tempo em que não havia celular, computador, internet, reality show etc. e descobrir que a vida tinha um ritmo muito menos acelerado. Na cozinha, descobri um ferro de passar roupa que funcionava com carvão em brasa e era igualzinho ao que havia na casa da minha bisavó Nair… que nostalgia!!!!

No sótão havia um quarto bem espaçoso e pouco mobiliado.

Vista do Museu Casa do Imigrante Carl Weege 

De lá, fomos para o Museu Pomerano, um espaço pequeno onde encontramos peças de uso cotidiano como móveis, louças, roupas, toalhas, objetos decorativos e funcionais como tesouras, balanças etc., além de algumas carroças e charretes.

Para refrescar o calor, fizemos uma pausa na cervejaria SCHORNSTEIN, onde experimentamos todos os tipos produzidos na casa. Segundo o site da empresa:

“A fim de estimular o fortalecimento de uma cultura cervejeira, valorizando a apreciação de bebidas diferenciadas e sua harmonização gastronômica, a Schornstein mantém em suas unidades dois bares de fábrica: Schornstein Krug (em Holambra) e Schornstein Kneipe (em Pomerode). Os locais servem petiscos tradicionais da culinária holandesa e alemã e ainda sugerem harmonizações para cada tipo de chope. Além de visitarem os bares de fábrica, as pessoas têm a possibilidade de conhecerem o processo de produção dos chopes através de uma visita monitorada às fabricas,  que inclui a degustação de um chope tirado direto do tanque”.

Gostamos muito das cervejas fabricadas pela Schornstein, com destaque para a India Pale Ale e a Imperial Stout, meus tipos preferidos. Como de costume, o Marcelo gostou mais da Weiss. Para quem quer conhecer o chopp produzido lá, sugiro pedir o sexteto para degustação, como fizemos.

Antes de voltarmos a Blumenau, demos uma passadinha em frente ao local da festa, mas os portões ainda estavam fechados.

 

Retornamos à Pomerode por volta das 18hs e só deixamos a festa às 23h30. Aproveitamos bastante as atrações!!!!

A minha impressão geral foi de um evento que preserva suas tradições alemães de forma mais pura. As bandas só tocaram música típica, não teve pagode, samba, funk ou sertanejo universitário. Preciso fazer uma comparação aqui: estive uma vez na Oktoberfest de Blumenau no longínquo ano de 1994. Eu ainda nem namorava o Marcelo e estava naquela fase de curtição pós-adolescente. Eu gostei da festa, mas a lotação me incomodou. Houve um momento em que eu não conseguia me locomover se não seguisse a multidão. Como não me sinto bem em locais muito cheios, nunca mais tive vontade de voltar. Em Pomerode foi diferente. O espaço encheu quando a noite caiu, mas não chegou a ficar desconfortável. A gente podia circular com liberdade e curtir de perto as bandas com músicos vestidos à caráter.

Chegamos cedinho no pavilhão onde acontecia a Festa Pomerana e pudemos observar com calma todos os espaços destinados à venda de comes & bebes, além dos quiosques de jogos e brincadeiras e as lojinhas de artesanato.

Havia três palcos diferentes para shows e diversas praças de alimentação com mesas coletivas, como acontece na Alemanha. Sobre as cervejas disponíveis na festa, o Marcelo escreveu o seguinte: “Boas cervejas (Schornstein, Bierland, Heimat; e Antarctica, para quem queria água sabor cerveja) a preços tabelados (R$ 4,5 para Pilsen, R$ 5,5 para trigo e as mais encorpadas, sempre copo de 400ml)”.

Achei divertido o comentário dele sobre a Antarctica, mas eu concordo. Depois que a gente experimenta cervejas mais encorpadas e saborosas, fica desanimado com as loiras geladas aguadas. A Vienna da Bierland é uma das cervejas nacionais que mais gosto!

A festa também oferece atividades interessantes como o tiro ao alvo, o alvo do cupido, o curioso “pássaro ao alvo” e o bolão de mesa.

O pássaro ao alvo é uma competição tradicional na qual o participante utiliza um pássaro esculpido em madeira com bico de prego preso a uma corda para acertar o alvo.

Não lembro a que horas começou o desfile na entrada principal da festa, mas achei o espetáculo bem interessante. Eu não imaginava que haveria tantos carros, carroças, bandas e participantes de todas as idades. Parecia que a cidade inteira estava desfilando!!!!

A Rainha da 29ª Festa Pomerana apareceu em um carro representando os belos jardins da cidade e das casas dos moradores.  Com o objetivo de incentivar a tradição cultural de ajardinamento, herdada dos antepassados alemães, a Secretaria de Turismo, Cultura e Esporte de Pomerode promove todos os anos um Concurso Municipal de Jardins.*

Participantes do desfile da 29ª Festa Pomerana

Participantes do desfile da 29ª Festa Pomerana

Participantes do desfile da 29ª Festa Pomerana

Participantes do desfile da 29ª Festa Pomerana

Durante o desfile, o Marcelo reparou em um senhor que cantava animadamente todas as músicas em alemão. Ele parecia tão feliz e orgulhoso de sua cultura que me deixou emocionada.

Quando o último carro cruzou o portão de entrada, o pessoal se dispersou e fomos reabastecer nossos copos à espera da Maria e do Rogério, que conhecemos no dia da festa.

Adoramos conhecer esse casal super simpático e passamos o resto da noite conversando sobre tudo, comendo, bebendo e participando de algumas brincadeiras.

Quando bateu a fome, procuramos uma mesa e saboreamos o famoso marreco recheado, acompanhado de repolho roxo, aipim frito e purê de maçã. Aprovadíssimo!!!!

O famoso e delicioso marreco!

Outros pratos típicos servidos na festa são goulasch, eisbein, kassler e bockwurst. As sobremesas mais tradicionais são as cucas e os rocamboles.

O Marcelo, o Rogério e a Maria participaram de alguns jogos e ganharam prêmios. Como sou uma negação nessas brincadeiras, fiquei só observando e torcendo. Acho que minhas energias positivas surtiram efeito porque o Marcelo ganhou um chopp Pilsen no bolão de mesa!

A Festa Pomerana deixou ótimas lembranças e a vontade de voltar algum dia. O Marcelo gostaria de conhecer a Oktoberfest de Blumenau, mas eu tenho medo de que o evento seja muito cheio e tumultuado. O que vocês acham? Alguém aí esteve na festa nos últimos anos?

Para terminar esse post, deixo aqui a dica do Marcelo sobre as alternativas de transporte para Pomerode via Blumenau:

“Nós planejamos ir na Festa Pomerana no sábado à noite, mas queríamos ver a logística de transportes de ida e volta para Blumenau. Como é uma festa regada a cerveja, eu não ia voltar dirigindo. Porém é beeeeem complicado voltar de lá de transporte público. Para vcs verem: há duas empresas operando entre Blumenau e Pomerode. Numa delas, a Volkmann, o último ônibus de Pomerode para Blumenau era às 18:00. A outra, Catarinense, antes disso! Felizmente vimos que há um ônibus da Catarinense que vem de Curitiba e passa por Pomerode por volta de meia-noite, passando depois por Blumenau. Compramos passagem para esse ônibus. Somente nós pegamos esse ônibus, acho que todo o restante da galera da festa estava de carro mesmo – ou em excursões. De qualquer forma, as outras alternativas seriam: taxi (uma facada profunda, descartado), agência de viagens que fazem translado (acho que um carro de ida/volta teria saído umas 50 pratas). Fica a dica para a galera.
No fim das contas o melhor mesmo teria sido dormir em Pomerode”.

Se você quiser obter informações detalhadas sobre a edição da Festa Pomerana em 2013, clique na imagem abaixo:

Banner_FestaPomerana

Pra quem mora perto de Pomerode e não tem programa para o próximo fim de semana, deixo aqui a dica!

Um grande beijo com votos de uma segunda-feira promissora!!!!

*Fontes:
http://www.mochileiros.com/fim-de-semana-em-blumenau-e-arredores-t65491.html
http://www.vemprapomerode.com.br/
http://www.festapomerana.com.br/
http://www.pomerode.sc.gov.br/Default.asp?lang=en
http://www.pomerodeonline.com.br/port/eventos/festa-pomerana.htm

Bonfa-ass