Estou de volta, pessoal!!!! Aos poucos vou me inteirando das novidades e retomando a rotina, mas posso confessar uma coisa a vocês? Pela primeiríssima vez na vida, eu não queria voltar pra casa!!!! Eu adoro viajar mas sempre achei bom retornar ao meu cantinho depois de 15 ou 20 dias na estrada. Conversando com alguns dos nossos companheiros de viagem estrangeiros, descobri que uma série deles estava dando a volta ao mundo por 6 meses ou 1 ano… ai, que delícia!!!! Dessa vez, eu percebi que conseguiria fazer o mesmo e não senti muita falta da minha caminha macia, mesmo tendo dormido em albergues coletivos com oito camas, sem chuveiro nem calefação e banheiros fora do quarto, quando os termômetros lá fora marcavam 15 graus abaixo de zero.
Voltei renovada e cheia de planos para o futuro, passei por experiências únicas e me encantei com paisagens deslumbrantes, que mais pareciam pertencer a outro planeta. De todas as viagens que fiz na vida, essa me marcou de uma maneira muito especial e pretendo compartilhar minhas peripécias aos poucos. Como ainda estou me readaptando, o post de hoje é somente um resumo de tudo o que vi, senti e descobri…
Lugares por onde passamos
Nossa primeira parada foi Santiago do Chile, a capital desse país que adoro e que já havia visitado duas vezes nos últimos anos. O Chile é repleto de cidades turísticas e seu formato alongado permite que o viajante tenha opções variadas de climas e paisagens sensacionais a serem desbravados. Vocês perceberam o tamanho reduzido da nossa bagagem? Isso foi tudo o que levamos para passar 15 dias no deserto: duas mochilas!!!!
O Cerro Santa Lucía é um dos meus lugares prediletos na capital chilena e trata-se de uma parada obrigatória para quem visita a cidade. Subindo as diversas escadarias, chega-se a um terraço de onde pode-se avistar toda a cidade e a cordilheira dos Andes.
A cidade tem diversos parques e canteiros muito floridos e bem cuidados. Como não há praia, o pessoal curte os dias quentes e ensolarados relaxando nos gramados e aproveitando a água fresquinha dos chafarizes.
Depois de um dia e meio em Santiago, partimos para Calama, de onde seguimos em uma van para a cidade de San Pedro de Atacama, ponto de partida para nossas aventuras no deserto.
Em San Pedro, ficamos hospedados no albergue KATARPE, que possui quartos coletivos e individuais, com banheiro dentro e fora do quarto, de acordo com o gosto e o bolso do freguês.
A cidade é pequena, tem chão de terra batida e a maioria dos estabelecimentos comerciais é composto de lojas de souvenirs, agências de viagem, pousadas/albergues, bares, cafés, mercadinhos e restaurantes. Tudo gira em torno do turismo.
Nosso primeiro passeio no deserto foi uma excursão à LAGUNA CEJAR, uma lagoa de cor turquesa cuja concentração de sal é tão grande que é possível boiar sem fazer o menor esforço. O difícil é afundar!
Nesse mesmo tour, passamos pelos OJOS DEL SALAR e pela LAGUNA TEBINQUICHE, que vocês podem conferir nas fotos abaixo.
Marcelo nadando em um dos OJOS DEL SALAR.
A LAGUNA TEBINQUICHE foi o ponto alto da excursão. A água tinha somente 3 cm de altura em toda a extensão da lagoa e, ao invés de areia, o solo era composto por pedras de sal.
Reparem como a posição do sol afeta as cores da paisagem e cria tons surpreendentemente vibrantes!!!!
Essa foto foi tirada antes do Pôr-do-Sol…
e essa depois do Pôr-do-Sol.
No dia seguinte fomos ao SALAR DE TARA, que faz parte da Reserva Nacional dos Flamingos e fica a 120 km de San Pedro a 4.200 m de altitude, o que me fez ter um pouco de dor de cabeça e tontura. O tour incluiu a visita à VEGAS DE QUEPIACO e às formações rochosas conhecidas como MONJES DE LA PAKANA.
No terceiro dia visitamos os GEYSERS DEL TATIO, campo geotérmico situado a 90 km de San Pedro.
Nosso motorista/cozinheiro preparou o café da manhã cozinhando os ovos e esquentando o leite dentro de um dos geysers.
O Marcelo (homem-sombra da foto acima) foi corajoso e enfrentou o frio de dez graus abaixo de zero para mergulhar na piscina térmica enquanto eu fiquei bem agasalhada só observando e fotografando…
No final do passeio, visitamos o povoado de MACHUCA, cujo número de habitantes é de apenas seis pessoas(!!!)…
… e tivemos nossa primeira aventura gastronômica verdadeiramente exótica.
Provamos um churrasquinho de lhama muito bem temperado e delicioso. Gente, eu fiquei com pena do bichinho tão fofo e peludo e gostaria muito de um dia me tornar vegetariana, mas enquanto isso… tenho que confessar que achei a carne bem macia e saborosa.
No mesmo dia mais tarde fomos ao VALE DA LUA, que teve o nome derivado de sua semelhança com a superfície lunar. O tour incluiu a visita ao VALE DA MORTE, QUEBRADA DE CKARI e AS TRÊS MARIAS, terminando com a subida à DUNA MAIOR, de onde pudemos apreciar um inesquecível Pôr-do-Sol.
Adorei essa areia bem escura e muito fina. Eu nunca tinha visto nada parecido…
No quarto dia visitamos as LAGUNAS ALTIPLÂNICAS e o SALAR DE ATACAMA.
Minha máquina simplezinha conseguiu captar esses flamingos que estavam à longa distância com a ajuda do “zoom” sem distorcer muito a imagem e, por isso, cada vez gosto mais dela!!! Trata-se de uma Sony DSC-W230.
As LAGUNAS MEÑIQUES e MISCANTI são deslumbrantes e o tom de azul turquesa encanta qualquer visitante.
Na volta para San Pedro, paramos no povoado de Toconao e eu pude conhecer e acariciar as lhamas Maximiliano, Madonna e Pretinha. As lhamas são animais domesticados e dóceis e quase me arrependi de ter comido um churrasquinho feito com um desses bichinhos simpáticos…
No dia seguinte, alugamos um par de bicicletas e fizemos nosso próprio tour acompanhados por dois cães que cismaram em nos seguir.
A PUKARA DE QUITOR é um sítio arqueológico pré-colombiano. Essa fortaleza de pedra está localizada a 3 km da cidade de San Pedro e foi proclamada monumento nacional em 1982.
Lá de cima, avista-se toda a cidade, assim como vulcões, oásis e parte do Vale da Lua.
Alguns trechos do caminho foram mais difíceis e tivemos que carregar as bicicletas na mão mesmo…
Tentamos visitar a CUEVA DEL DIABLO, mas o acesso estava fechado por medidas de segurança. Foi uma pena, mas ao menos pudemos tirar uma foto do belo portal de entrada.
Chegou a vez de conhecermos a parte do deserto que fica na Bolívia. Quase todos os turistas concordam que o país abriga as paisagens mais bonitas do deserto, com destaque para o SALAR DE UYUNI e a LAGUNA COLORADA, que eu estava louca pra conhecer desde que comecei a pesquisar sobre a viagem. Eu só estava um pouco inquieta com relação aos alojamentos coletivos onde nos hospedaríamos, as condições de higiene e a comida que nos seria servida, já que tínhamos ouvido histórias assustadoras sobre a falta de infraestrutura da Bolívia, que incluía até motoristas bêbados e acidentes de jipe…
Nossa primeira parada foi a linda LAGUNA BLANCA, que fica dentro da Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Abaroa, bem pertinho da fronteira com o Chile, e apresenta esse tom branco por causa da alta concentração de mineirais em suas águas.
A LAGUNA VERDE fica bem pertinho e possui um matiz de verde bem clarinho devido às altas concentrações de magnésio.
Em seguida, paramos por uma hora nas AGUAS TERMALES DE CHALVIRI e parte do nosso grupo se animou a entrar na água quentinha, mesmo com o frio que fazia do lado de fora.
A área do SOL DE MAÑANA caracteriza-se pela intensa atividade vulcânica de fumarolas e geysers que contem lava amarela, vermelha e acinzentada fervendo e borbulhando. Essa paisagem parece nos transportar para a época da formação do planeta.
Enfim chegou um dos momentos que eu mais aguardava: a visita à LAGUNA COLORADA!!!! Desde que vi uma foto da minha prima Carla nesse lugar há vários anos, decidi colocar o DESERTO DO ATACAMA na minha lista de viagens.
Como vocês podem observar, a laguna tem uma cor incrível resultante da presença de sedimentos e algas vermelhas. Esse material branco que parece neve é, na verdade, o mineral Bórax.
Amei esse lugar e, se não fosse pelo vento e pelo frio, eu teria ficado muito mais tempo contemplando essa belíssima paisagem…
No dia seguinte, conhecemos a famosa ÁRVORE DE PEDRA e outras formações rochosas bastante interessantes… como a natureza é criativa!!!!
Depois passamos pelas LAGUNAS HONDA, HEDIONDA e CANAPA.
Na LAGUNA HEDIONDA, que emana um forte cheiro de enxofre, os flamingos ficam pertinho da gente.
Na LAGUNA CANAPA, além dos flamingos, encontramos algumas fofas vicunhas.
No último dia da excursão, acordamos às 4 horas da manhã pra ver o sol nascer no SALAR DE UYUNI, um dos lugares mais interessantes de toda a viagem. O Marcelo não estava se sentindo muito bem e resolveu descansar um pouco em cima do chão de sal craquelado.
A ISLA DEL PESCADO fica no meio do salar e é um dos poucos pontos com alta concentração de seres vivos. Entre estes, destacam-se cactos com até dez metros de altura, com mais de 600 anos de idade.
Pois é, não resisti a esse tipo de foto muito popular por aqui… Os 12 mil km2 de sal propiciam uma ilusão de ótica bem interessante.
Eu, Flip e Grace (holandeses), Carmen e Thomas (suíços).
Depois de fazer várias poses que geraram muitas fotos, fomos conhecer o processo de refino e armazenamento do sal extraído desse lugar mágico.
Enquanto a mãe produzia sua cota de 2 mil pacotes de sal por dia, seu pequeno bebê sorridente descansava em cima desse material. Ela não tem com quem deixar a menininha que a acompanha todos os dias ao trabalho.
Aproveitei a pausa para almoço na cidade e fotografei uma nativa Aymará carregando seu bebê nas costas.
No dia seguinte, nos despedimos dos nossos companheiros de viagem à Bolívia. Adoramos o grupo e sinto que participamos de um mini-intercâmbio, no qual pudemos trocar diversas informações e compartilhar experiências com alemães, holandeses, tchecos, australianos, canadenses e americanos. Vivenciamos momentos divertidos e também algumas dificuldades juntos, trocamos endereços de e-mail, blogs e Facebook e espero manter contato com essas pessoas tão especiais!!!!
Com relação às histórias assustadoras que ouvimos sobre a Bolívia, acho que nossas expectativas eram tão baixas que não tivemos nenhuma surpresa desagradável. Pelo contrário, as roupas de cama dos alojamentos estavam aparentemente limpas e a comida era simples e boa. Por via das dúvidas, levamos lanchinhos e papel higiênico, duas coisas recomendadíssimas pela agência CORDILLERA, que organizou o passeio. Eu só tive dores de cabeça por causa da altitude, mas nada muito preocupante, e ficamos dois dias sem tomar banho porque não havia ducha. Apesar disso, amamos o passeio e faríamos tudo de novo!!!!
Voltamos a San Pedro por mais um dia e meio e decidimos subir o CERRO TOCO, cujo cume fica a 5.600 metros de altitude, o suficiente para me deixar ansiosa com a perspectiva de mais uma dor de cabeça…
Na subida, me senti meio tonta e a altitude também faz com que a gente fique mais fraca. Isso sem contar com o vento e a sensação térmica de 12 graus abaixo de zero. Mas até que nos saímos bem. Nosso grupo era composto de 4 pessoas e um guia e as duas meninas suíças que nos acompanharam sofreram mais com a experiência.
Felizmente todo mundo conseguiu atingir o cume e o Marcelo pôde ostentar a camisa do seu time de coração para comemorar nossa conquista!!!! Como o clima no deserto é muito seco, é possível observar com clareza paisagens bem distantes, como a LAGUNA BLANCA, que fica na Bolívia e aparece logo atrás do Marcelo. Fiquei muito emocionada quando essa paisagem de sonho se descortinou na minha frente depois de uma difícil caminhada. No retorno ao jipe, tive uma dor de cabeça mais forte do que as anteriores, mas bastou um rápido cochilo pra que eu me recuperasse completamente.
Palácio La Moneda em Santiago do Chile.
No dia seguinte voltamos para Santiago e eu pude finalmente abraçar e apertar as deliciosas bochechas do meu sobrinho Gabriel!!!!!
Quando eu e Marcelo planejamos a viagem ao DESERTO DO ATACAMA, eu tratei de propôr aos meus pais, minha avó Carmota e minhas irmãs umas mini-férias em Santiago. Fiquei feliz quando todos toparam, só faltou minha irmãzinha mais nova que não pôde se ausentar do trabalho.
Aproveitando a oportunidade, demos uma esticadinha em Valparaíso e Viña del Mar. Na foto acima, eu e Gábi estamos em LA SEBASTIANA, uma das casas do poeta PABLO NERUDA.
O relógio de flores é uma das atrações turísticas mais conhecidas de Viña del Mar.
E aqui está minha linda e queridíssima família reunida em Viña del Mar!!!!!
Para quem quiser ler um relato mais detalhado e completo dessa viagem, deixo aqui o seguinte link com texto escrito pelo Marcelo:
Por hoje é só, pessoal!!!! Acabei me empolgando e o post ficou enoooorme!!!!! Por isso, vou deixar pra mostrar as comprinhas e aventuras gastronômicas em outra ocasião, tá? Na quarta-feira, vocês vão descobrir o que eu trouxe de viagem para presentear um dos seguidores do blog que acertou meu destino de férias (CHILE e BOLÍVIA)… espero que gostem do mimo!!!!! E na sexta-feira vou revelar os ganhadores das promoções PRA ONDE FUI??? e LA POMME.
Um grande beijo e uma ótima semana pra vocês!!!!
P.S.: Oficialmente ainda estou de férias e trabalhando em “slow motion” porque minha irmã e meu sobrinho só retornam aos EUA na quarta-feira. Mas dia 8/12 estarei de volta à ativa. A gente se vê por aqui!!!!!
