Fortaleza de Santa Cruz na Ilha de Anhatomirim
Fortaleza de Santo Antônio de Ratones
Ilha do Campeche
Belisquete de praia: deliciosos camarões empanados!
No primeiro dia da nossa segunda visita à bela cidade de Florianópolis em março desse ano, aproveitamos o bom tempo para fazer um passeio de barco e observar algumas ilhas, parando para conhecer duas fortalezas: Anhatomirim e Santo Antônio de Ratones.
Escolhemos a empresa Scuna Sul (roteiro Ilhas Tropicais) e embarcamos às 10:30 hs em um píer quase embaixo da Ponte Hercílio Luz. Acho que vale a pena chegar um pouco antes para curtir a Fortaleza de Santana, que fica ali do lado e tem entrada gratuita.
Depois de uma hora e meia navegando, o barco atracou em uma praia do município de Governador Celso Ramos, para que pudéssemos observar golfinhos, que infelizmente não apareceram nesse dia, e também para almoçarmos. Eu não estava com muita fome, mas o restaurante oferecia um buffet variado por somente 15 reais. Então aproveitei para comer alguns camarões e polenta frita antes de continuarmos o passeio.
Uma hora depois, o barco seguiu para a Ilha de Anhatomirim, onde se faz a visita à Fortaleza de Santa Cruz.
Permanecemos na ilha por volta de uma hora e sempre tenho a impressão de que o tempo voa quando estamos curtindo alguma atração. Eu gosto de ficar perto do guia e aprender sobre a história do lugar, mas também gosto de sair caminhando pelos arredores por conta própria para registrar algumas imagens. Sendo assim, eu normalmente dou prioridade às fotos, confesso, e depois acabo recorrendo ao Google para saber mais sobre os locais que visitei.
Escadaria de acesso e pórtico com inspiração oriental, ladeado por duas cortinas de muralhas
Vista do mar a partir do pórtico de entrada da fortaleza
Essa fortaleza foi considerada a principal fortificação do antigo sistema defensivo da Ilha de Santa Catarina. Em 1938, foi tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, permanecendo abandonada até ser redescoberta e restaurada nas décadas de 70 e 80 pela Universidade Federal de Santa Catarina.
Atualmente, as fortalezas catarinenses, gerenciadas pela Universidade Federal, constituem um dos maiores e mais bem conservados conjuntos de arquitetura militar do Brasil.
Detalhe dos arcos simétricos no interior de uma das principais construções da fortaleza
De dentro para fora: o dia estava lindo e adorei o contraste da grama verdinha com o mar azul
Historicamente, a Fortaleza de Santa Cruz não foi utilizada do ponto de vista bélico nem mesmo durante a invasão espanhola de 1777. Após este episódio, o sistema entrou em descrédito e passou a ser progressivamente abandonada.*
Em 1884, durante a Revolução Federalista, serviu de prisão e base de fuzilamentos de revoltosos contra o governo de Floriano Peixoto. No ano de 1907 passou a pertencer ao Ministério da Marinha, voltou a ser utilizada como prisão em 1932 no desfecho da Revolução Constitucionalista.*
Funcionou como base até o final da Segunda Guerra Mundial quando apareceram novas tecnologias bélicas, tornando-a obsoleta como unidade militar. Foi desativada, mas a Marinha manteve vigilância até a década de 1960.*
Uma das lindas vistas para o mar
No prédio que serviu como alojamento da tropa, a maior das construções da ilha, vimos um enorme esqueleto de baleia.
Depois de conhecer toda a fortaleza e de dar a volta na ilha, voltamos ao barco.
Vimos muitos jet skis passeando pelas ilhas. Como eu não dirijo, teria medo de encarar um passeio desses, mas acho que deve proporcionar uma incrível sensação de liberdade!
Nossa parada seguinte foi a Fortaleza de Santo Antônio de Ratones.
Ela começou a ser construída em 1740, funcionando como um dos vértices do sistema triangular de defesa da Barra Norte da Ilha de Santa Catarina.*
No século XVIII contava com duas baterias de canhões, armadas com 14 peças de artilharia.*
Entre meados do século XIX, até o início do século XX, já em ruínas, algumas construções dessa fortaleza foram utilizadas para a instalação de um abrigo para doentes afetados por moléstias contagiosas.*
Posteriormente, funcionou como depósito de carvão da marinha. Durante a década de 1980, em completo estado de abandono e de ruínas, foi palco de uma grande campanha pública pela sua preservação.*
Pertencente ao Ministério da Marinha e tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1938, a fortaleza foi restaurada entre os anos de 1990 e 1991, quando também passou a ser gerenciada pela Universidade Federal de Santa Catarina.*
Após visitarmos a fortaleza e algumas exposições de fotos e objetos antigos em seu interior, voltamos ao barco para a última parada do dia.
Navegamos um pouco, vimos outras ilhas e nos encantamos com as águas que variaram entre tons de azul e verde.
Num dado momento, o barco parou e o guia avisou que tínhamos 15 minutos para mergulhar antes de retornarmos ao ponto de partida.
Mais tarde, na hora do jantar, tive a oportunidade de conhecer pessoalmente a Tati Rosa (TUTITATI KIDS), uma pessoa especial com quem compartilho muitas afinidades, entre elas, a profissão de designer. Amei encontrá-la e passei a admirá-la ainda mais!!!! Espero que a gente repita a dose no ano que vem!!!!
Dedicamos o dia seguinte à Ilha do Campeche. Há três opções de transporte até a ilha: via Barra da Lagoa (1:15 h de viagem), via praia do Campeche (rápido e mais caro, via botes) e via praia da Armação (40 min).
O Marcelo preferiu a última opção. O barco saiu de um trapiche na ilha da Campanha, que fica no final da Armação (quase chegando na praia do Matadeiro) e custou 40 reais por pessoa.
As saídas parecem ser regulares pela manhã, ao menos na época em que estivemos lá (março de 2012). O tempo de estadia na ilha é pré-determinado e gira em torno de 4 a 5 horas.
Localizada na costa leste de Florianópolis, a Ilha do Campeche possui um rico ecossistema e abriga representativa parcela do patrimônio arqueológico do Estado de Santa Catarina. Formada por costões e morros recobertos de Mata Atlântica, possui uma única praia com areia fina e extremamente clara.*
Logo que chegamos na ilha, um monitor veio conversar com o grupo para explicar a proposta de preservação do lugar (um importante sítio arqueológico e ecológico), além das opções de lazer como passeios por trilhas e mergulhos.
O mar tem coloração variando entre verde e turquesa e possui pouquíssimas ondas, o que me faz querer permanecer muito tempo na água. No Rio de Janeiro, eu prefiro ficar perto de uma barraca que tenha chuveiro porque tenho medo de entrar no mar, que considero sempre agitado.
Os barcos que chegam à ilha atracam na Praia da Enseada. Com cerca de 500 metros, esse é o único lugar onde os visitantes podem ficar. Para conhecer os costões, os sítios arqueológicos e os monumentos rochosos é necessário fazer uma das trilhas monitoradas.*
Pequenos seres vivos transparentes que encontramos em abundância nas águas cristalinas da praia
Águas cristalinas
A areia é bem branquinha e macia e achei uma delícia o fato de a praia não estar lotada. Aliás, há um limite de 800 visitantes por dia e ela nunca deve ficar muito cheia, até mesmo pelo valor do transporte até lá.
Há somente dois restaurantes na ilha e ambos têm preços altos, além de um cardápio reduzido. Só é aceito dinheiro vivo e os cartões de crédito são inúteis porque não há energia elétrica. Percebemos que muitos visitantes levam sua própria comida e bebida, o que é interessante e mais econômico também!!!!
Pedi uma porção generosa de camarões empanados e fiquei beliscando o petisco na praia, enquanto o Marcelo foi fazer uma das trilhas monitoradas.
Com mais de 100 petróglifos distribuídos em 10 sítios arqueológicos, a Ilha do Campeche foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional no ano de 2000 como Patrimônio Arqueológico e Paisagístico Nacional.*
Para fazer as trilhas é cobrada uma taxa que varia entre 5 e 15 reais, dependendo do roteiro escolhido. Essa verba é destinada ao pagamento da equipe de visitação e à manutenção da ilha.
Segundo o relato do Marcelo:
“Fiz uma trilha guiada que levava ao outro lado da ilha e passava por algumas pinturas rupestres. Custou R$ 10 e levou +- 1 hora. Eu fui mais pelo visual do outro lado, que é sensacional. As pinturas são interessantes, mas não são minha praia. A trilha é considerada nível médio, mas achei bem tranquila – exceto quando você chega nas pedras, quando requer mais cuidado (mas esta parte é opcional). A guia, Dahiana, esbanjava conhecimento. Achei bem legal.”
De acordo com os estudiosos, o local possui sozinho mais inscrições rupestres que a Ilha de Santa Catarina, a Ilha do Arvoredo e a Ilha das Aranhas, todas juntas. Entre os sinais deixados pelos povos antigos estão símbolos geométricos, flechas, zoomorfos, antropomorfos e as máscaras, também encontradas nos costões da praia do Santinho.*
Na hora marcada para o retorno, seguimos em direção ao barco que nos levou à ilha, mas antes demos uma caminhada até o final da praia.
O dia ainda estava claro e muito bonito, mas não tinha jeito: nosso tempo havia esgotado e precisávamos retornar.
À noite, fomos para Santo Antônio de Lisboa, bairro de colonização açoriana, onde conheci um lindo ateliê, que mostrei NESSE POST.
Essa foi nossa segunda visita à Florianópolis, mas decidi mostrá-la primeiro aqui no blog porque fizemos passeios mais curtos. Na primeira vez em que estivemos na cidade, conhecemos muitas outras praias e fortalezas em um esquema meio “city tour”, mas ainda há muito a ser explorado em uma terceira visita. Quando eu estiver mais folgada em termos de tempo, volto a escrever sobre nossa primeira estadia nessa cidade linda!!!!
Um grande beijo com votos de uma ótima semana!!!!