Se a responsável por termos conhecido o trabalho da criativa Chef Roberta Sudbrack foi a Adriane Pinhate, as “culpadas” pela nossa ida ao OLYMPE, restaurante francês com toques brasileiríssimos do Chef Claude Troisgros, foram a Tamy Rolim e a Cath Vale.
Conheci a Tamy durante nossa viagem a Brasília em junho desse ano e a Cath via troca de e-mails. As meninas vieram ao Rio em agosto e havíamos combinado de ir ao Olympe juntas, mas o único dia livre que elas tinham coincidiu com a data da festa de casamento do meu cunhado. Infelizmente, não pudemos nos encontrar, mas fiquei com aquela ideia fixa de conhecer o restaurante e isso aconteceu antes de eu saber que participaria de um episódio do programa QUE MARRAVILHA!, do canal GNT. Quando o Claude esteve lá em casa e pude confirmar minha impressão sobre ele (um cara espontâneo, gaiato, simples e divertido), não tive dúvidas de que esse ano eu gostaria de comemorar meu aniversário no restaurante mais tradicional da grife Troisgros e ganhei o jantar de presente do Marcelo.
Fiquei surpresa com o tamanho do restaurante: é bem pequenininho! Mas isso é ótimo porque confere ao local uma atmosfera aconchegante e intimista. Os biscoitos de polvilho foram a primeira coisa a aparecer na mesa e estavam levinhos, crocantes e apimentados, do jeito que eu gosto!!!! Eu nunca tinha comido biscoito de polvilho com pimenta e achei uma delícia!!!! E reparem que foram servidos dentro de um simples copo. Dá pra gente fazer o mesmo em casa, não é legal?
Assim que nos sentamos, percebi a presença de uma bolota preta misteriosa do meu lado esquerdo. Tentei descobrir do que se tratava, pensei, pensei, pensei, virei a peça de cabeça pra baixo e não cheguei a nenhuma conclusão. O Marcelo ainda sugeriu que poderia tratar-se de um recurso para identificação das mesas e achei que era uma ideia plausível, não fosse pelo fato de todas as mesas possuírem bolotas pretas iguaizinhas. Não resisti e perguntei ao maître pra que servia o objeto não identificado. Ele respondeu que era um saleiro e que podia ficar virado pra baixo que o conteúdo não cairia, a não ser que a peça fosse chacoalhada… Achei super interessante e nunca havia visto nada parecido. Era feita de cerâmica pintada de preto.
A refeição começou com um cafezinho… não, é brincadeira! O que parece uma xícara de café é, na verdade, um amuse bouche feito com espuma de cogumelos trufados. Estava delicioso e deu a partida no Menu Confiance, que pedimos sem pestanejar, só fornecendo ao maître a informação de que o Marcelo não come peixe e eu não como ovo.
“Optando pelo Menu Confiance, os clientes ficam na expectativa para a chegada dos pratos, uma vez que variam de acordo com os ingredientes encontrados pelo chef na visita ao mercado naquele mesmo dia.”*
*Fonte: http://www.seurestaurante.com.br/rj/rio-de-janeiro/jardim-botanico/olympe
Pois é, nossa escolha foi a de sermos surpreendidos, mas eu não repetiria a dose, já que gostei mais dos pratos do Marcelo do que dos meus. Aprendi que realmente não sou fã de peixe branco em geral, o que fez com que minha experiência no Olympe ficasse um pouco comprometida, já que dos quatro pratos que provei, três tinham algum tipo de peixe como ingrediente principal.
Se algum dia voltarmos, eu pediria o Menu Especialidades, que conta com os carros-chefe tradicionais da casa, ou o Menu Criatividade, cujos pratos mudam de acordo com a estação do ano e possuem misturas inusitadas.
O primeiro prato do Marcelo foi foie gras com rapadura que vinha acompanhado de um copinho de cachaça, consumida em um só gole, conforme vocês podem conferir na foto à esquerda. Estava bem cremoso, derretia na boca e a textura crocante da rapadura se harmonizou bem com os outros ingredientes.
Minha entradinha foi tartare de atum e pepino crocante com tapioca-caviar. Vocês podem ver a receita aqui: http://contigo.abril.com.br/receita/receita_299618.shtml. Estava gostosa, mas preferi o foie gras.
Esse foi o prato do Marcelo que mais gostei: ravioli de batata baroa com manteiga de pignolis e recheio de mandioquinha. Enquanto comia, ele fazia “huuuummmmm” e eu estava doida por uma garfada. Realmente o sabor é fantástico e eu me arrependi mais uma vez de ter dito que comia peixe, rsrsrsrs!
As vieiras grelhadas estavam gostosas, mas o prato tinha salsinha, o que também esqueci de incluir na minha lista de restrições… ih, acho que eu estava chata esse dia!!!!
O misterioso prato do Marcelo tinha um purê de consistência aveludada e espuma de cogumelos, mas nenhum de nós dois se lembra exatamente do que se tratava e não consegui descobrir através do Google. Ele só sabe dizer que estava muito bom!!!! A gente deveria ter anotado os nomes das comidas que provou, já que o Menu Confiance está sempre mudando e não aparece no cardápio on-line do restaurante.
Esse prato foi o meu segundo preferido da noite: robalo com espuma de cogumelos trufados. Nesse momento, voltei a fazer as pazes com os peixes e comi tudinho saboreando cada pedaço bem demoradamente. O robalo desmanchava de tão macio e a espuma parecia ser a mesma do amuse bouche: nota dez!!!!
Nossa única interseção foi o magret de pato com laranja confit e figo assado, regado com molho de pimenta verde. Estava delicioso, não senti o sabor amargo que experimentei em outras ocasiões e achei ótimo ter sido a última porção da noite porque foi o ponto alto da nossa “extravagância gastronômica”.
Eu pensava que o Claude estivesse quase sempre no restaurante, mas parece que não é bem assim. Quando conheceram o Olympe há 6 anos, minha irmã, meu cunhado e mais um casal de amigos também tiveram a sorte de trocar algumas palavras com ele, que posou para uma foto com o grupo e autografou um livro.
Quando o Claude perguntou se estávamos comemorando alguma data especial e eu disse que era meu aniversário, ele fez uma surpresa: minha sobremesa veio até à mesa em um prato decorado ao som de "Parabéns pra você" e uma daquelas velas que soltam faíscas!!!! E ainda ganhei um abraço do Chef, que legal!!!!
Eu só preciso fazer uma crítica como designer que admira muito a língua francesa: o HAPPY BIRTHDAY escrito no prato deveria ser JOYEUX ANNIVERSAIRE. Combinaria bem mais com a atmosfera do restaurante, né?
A sobremesa que escolhi foi a mais tradicional da casa: o crêpe passion, que tem recheio cremoso e calda de maracujá. Estava bem gostoso, a massa parecia leve, o creme era farto e doce na medida certa. Já a calda tinha açúcar demais pro meu paladar. Encontrei a receita AQUI e fiquei feliz por não saber que a sobremesa levava dez ovos!!!! Eu não como ovo e sinto o sabor de longe, mas nesse caso não percebi nada.
O Marcelo pediu e aprovou o Brulée & Chocolat: trio composto de creme brulée com sementes de papoula, mousse de chocolate apimentada com chantilly e rolinho de doce de leite.
No geral, a experiência foi bastante positiva, mas eu e Marcelo tivemos impressões diferentes: ele gostou mais dos pratos do Olympe e eu, dos da Roberta Sudbrack. Foi inevitável fazer essa comparação e, pra desempatar, acho que precisamos voltar nos dois algum dia, rsrsrsrs!!!!
Pessoal, quero agradecer as mensagens carinhosas de vocês que me viram de relance na propaganda da nova temporada do QUE MARRAVILHA!. Comentei com alguns amigos que eu achei curioso ser reconhecida por alguém que nunca me viu pessoalmente, já que eu mesma quase não me reconheci, acreditam????? Assim como acho a minha voz esquisitíssima na secretária eletrônica (eu a imaginava mais grave e menos esganiçada!!!!), foi estranho me ver no vídeo. Sei que eu vou ficar bastante tensa no dia do episódio programado pra ir ao ar em 15 de dezembro, mas o Marcelo, mais tímido que eu, disse que não vai ter nem coragem de assistir!!!!
Um grande beijo pra todos com votos de experiências gastronômicas inesquecíveis!!!!