Imagem do filme Trois fois vingt ans (Late Bloomers), de Julie Gavras com William Hurt e Isabella Rossellini.
Minha convidada de hoje é uma senhora simpaticíssima, vibrante, inteligente, culta, viajada, antenada e uma pessoa que admiro desde a primeira vez que entrei em seu blog, curiosamente intitulado Blog da vovó ... mas não só. A “Helô”, como é conhecida entre os amigos, gentilmente permitiu a reprodução de um texto de sua autoria que gostei muito de ler e que me levou à reflexão sobre uma fase da vida na qual ainda não cheguei, mas que espero poder vivenciar de maneira serena, madura e com qualidade de vida, como faz a minha querida convidada… vamos conhecê-la?
Convidada pela Bonfa, para participar dessa sua seção tão interessante, compareço para compartilhar, com todas vocês, um pouco da minha vida e do meu blog. De um modo geral, a Katia tem trazido blogueiras que se destacam nos artesanatos, na culinária e na produção de reuniões, e que têm blogs bem especializados.
Meu blog não trata de um único tema ou, pensando melhor, trata sim. Seu tema é a vida. Falo sobre família, sobre minha netinha, sobre momentos felizes e tristes, sobre filmes e livros, sobre artesanato, sobre culinária, temas atuais, e muito mais.
Justamente por isso, seu nome é “Blog da vovó ... mas não só”. Tenho muitas afinidades com a Katia. Como ela, adoro viajar (tenho, também, um blog de viagens), adoro receber em casa e arrumar mesas com capricho. E foi graças a esses gostos comuns, que eu cheguei ao “Casos e Coisas da Bonfa”.
Agora, ela me convida para que eu apresente, nesse seu espaço, um post que publiquei recentemente e pretendendo que ele sirva para uma reflexão. Preciso contar para vocês que há muito tempo ultrapassei a porta da chamada 3ª idade, o que me leva, às vezes, a escrever sobre questões dessa fase da vida. E que criei meu blog depois de um tempinho de aposentada. No post em questão, trato do assunto do envelhecimento, em paralelo com um filme de sucesso.
Ao deixar seu comentário, a Katia disse que “todos temos a expectativa de envelhecer”. E é bom que seja assim, porque acho que ninguém há de preferir a outra alternativa. Penso que pode ser oportuna uma reflexão sobre o tema, embora acredite que todas vocês estejam bem distantes dessa fase da vida. Então, vamos ao assunto, com agradecimentos antecipados pela atenção que estão me dando.
Melhor idade?
“De repente, sem perceber, passamos para o outro lado”.
"Envelhecer não é para os fracos".
Essas foram frases que me chamaram a atenção no filme "Late bloomers – O amor não tem fim".
A primeira, não sei se foi dita com essas palavras, mas o sentido foi esse. Quem a disse foi a personagem Mary (Isabella Rossellini) quando, vivenciando algumas dificuldades da idade, fala para o marido, com quem vive há trinta anos, que eles envelheceram. A impressão que fica é que os problemas surgiram de uma hora para outra.
E é assim mesmo.
Não se percebe com exatidão essa troca de lado, mas de repente estamos subindo, ou descendo escadas com mais cuidado, de repente estamos nos apoiando para levantar de uma poltrona, de repente estamos olhando, com atenção, para os lugares em que pisamos, de repente estamos tomando remédios de uso continuado.
A segunda frase, que até teve uma tradução meio tosca (para envelhecer é preciso ser macho), foi dita por um amigo do principal personagem, ao relacionar uma série de limitações que passou a ter com o envelhecimento.
Sim, para envelhecer é preciso ser forte, de preferência. Só assim os limites serão enfrentados com tranquilidade, as perdas serão aceitas, a solidão não pesará e a alegria de viver será mantida.
O filme é muito interessante, e é classificado como comédia dramática.
É a classificação adequada para os filmes que abordam o quotidiano da vida. Sim, porque toda vida tem sua parte leve, alegre, e tem sua parte difícil, pesada.
Os atores estão ótimos. William Hurt faz o papel de Adam, um arquiteto premiado.
Isabella Rossellini foi escolhida para o papel, porque era uma das poucas atrizes quase sexagenária que não havia se submetido a qualquer cirurgia plástica de rejuvenescimento.
Penso que o filme não agradará aos mais jovens, porque ainda não pensam na inevitabilidade da velhice.
Mas os mais maduros, e aqueles que romperam a barreira dos 60 anos, riem bastante e se identificam em muitas passagens, com os personagens.
E o filme, embora trate dos problemas da velhice com humor e leveza, também deixa claro, sabiamente, que a expressão melhor idade não é a mais adequada para essa fase da vida.
Melhor, por que?
Espero que tenham gostado, e que apareçam para visitar meu blog. Ressalto que, nele, os temas são variados mas, diante da reflexão proposta pela Katia, e para quem tem interesse no assunto, deixo o link de alguns posts sobre idosos e/ou envelhecimento:
http://blogdavovohelo.blogspot.com/2010/01/crepusculo.html
http://blogdavovohelo.blogspot.com/2010/08/idosos-e-prioridade-nas-filas.html
http://blogdavovohelo.blogspot.com/2011/07/fios-brancos.html
Helô
………………………………………………………………………………………..
Helô, obrigadíssima por me autorizar a publicar seu texto e pela bela introdução. Temos muito em comum mesmo e adoro ler sobre suas viagens, imaginando que poderei ser tão ativa e descolada daqui a vinte ou trinta anos. Sua energia é contagiante e o fato de você abordar assuntos diversos em seu blog o torna ainda mais atraente e interessante!!!!
Esse tema me levou à reflexão e vou copiar aqui o comentário que deixei em seu post:
“Helô, seu relato me deu a maior vontade de assistir o filme! A expectativa de todo mundo é envelhecer um dia, né? E adoro ver filmes com a Meryl Streep e a Diane Keaton se relacionando com o Alec Baldwin, jack Nicholson, Steve Martin etc. Os filmes retratam mulheres bem sucedidas, de bem com a vida, praticantes de atividade física, saudáveis, maduras, inteligentes e que, aparentemente, souberam envelhecer com tranquilidade. Espero ter maturidade e serenidade suficientes para aceitar que a vida segue seu rumo e admiro muito a Isabella Rossellini por ter uma aparência natural. Ela continua linda!!!!! Com certeza, assistirei esse filme. Obrigada pela dica!”
Pegando carona no seu questionamento, confesso que sempre impliquei com o termo “melhor idade”, assim como implico com o termo “afro-descendente”, entre outros classificados como “politicamente corretos”. Algumas expressões criadas com o intuito de diminuir preconceitos, a meu ver, os evidenciam ainda mais e parecem querer “amenizar” uma situação tida como desconfortável ou constrangedora. Por que “negro” virou uma palavra que muita gente evita usar? “Mulatinho”, “moreninho” e até “marrom-bombom” passaram a substituir o vocábulo, que parece ter se tornado pejorativo. Como assim? Apesar de ter cara de árabe, sou bisneta de negros e loiros e adoro essa miscigenação!!!! Se o “politicamente correto” fosse justo, acho que “loiro” viraria “nórdico-descendente” ou algo similar.
Penso que qualquer idade deve ser vivida de forma equilibrada e com o intuito de aproveitar ao máximo suas particularidades. Meu pai e um amigo muito querido me disseram uma vez que a melhor fase da vida acontece entre os 30 e 40 anos, quando não somos mais imaturos, temos nossa personalidade formada, vivemos com mais responsabilidade e ainda conservamos uma aparência jovem. Bom, eu tenho 38 e, por enquanto, concordo com eles. Mas eu preferia continuar com meu corpinho magrinho de 25 anos, rsrsrsrsrs!!!! Sei que generalizei quando escrevi que “a expectativa de todo mundo é envelhecer um dia”, mas acredito que a maioria das pessoas não queira viver somente até os trinta e poucos. Tendo saúde, qualidade de vida e bons amigos, espero viver da melhor maneira possível até que chegue minha hora de partir…
Eu gosto de pensar que a “melhor idade” é aquela que estamos vivenciando no momento, até porque não podemos voltar o relógio, né? Então pra que reclamar, se lamentar, sofrer e remoer velhas mágoas? Eu conheço pelo menos uma maneira de fazer com que qualquer época da vida seja mais prazerosa: sendo otimista e dando ênfase aos aspectos e momentos positivos. Reclamar demais e viver no passado não fazem bem a ninguém e ainda afasta os outros.
Para conhecer melhor a Helô, basta clicar no seguinte link:
http://blogdavovohelo.blogspot.com
Espero poder envelhecer com sabedoria e aceitar o que a vida tiver a me oferecer. Se eu receber limões, torço pra ser criativa e fazer uma limonada! E é isso que também desejo pra todos vocês!!!!
Um grande beijo!!!!