Apesar de ter ficado resfriada durante a viagem, aproveitei muito o passeio que, por incrível que pareça, durou somente um final de semana. Quando viajamos, sinto que o tempo parece passar mais devagar e fazemos tantas coisas que é difícil acreditar que chegamos na sexta-feira à noite e voltamos pra casa no domingo. Bom, nesse caso, chegamos em casa às 6:30 hs da manhã de segunda-feira porque o voo saiu de Aracaju às 3:00 hs e eu dormi durante duas horinhas no aeroporto antes de embarcar para poder trabalhar bem disposta no dia seguinte!!!!
Chegamos tarde na sexta-feira e fomos direto para o hotel. Inicialmente a viagem seria para curtir o fim de semana em Aracaju mesmo, mas enquanto planejávamos o que fazer, decidimos passar pouco tempo na capital e partir para conhecer melhor a região dos cânions do Rio São Francisco, incluindo a Usina de Xingó e a cidade de Piranhas, em Alagoas. Na manhã de Sábado, caminhamos um pouco pela praia de Atalaia, passando pela área dos arcos. O objetivo era chegar a Canindé do São Francisco antes das 11:30 hs, horário da partida regular do catamarã que faz a visita aos cânions.
Como o Marcelo é sempre bem mais rápido do que eu para produzir relatos de viagem, ele já postou sobre nossa aventura AQUI e achei legal copiar trechos de seu texto, como o seguinte:
“Dica para quem vai de carro para Canindé do São Francisco: é importante identificar a entrada para Ribeirópolis. Ou a sinalização não existe ou é muito precária (eu não vi nem na ida, nem na volta; e na ida acabei indo até Carira, o que me custou uns 30-40 km a mais). Mesmo com atraso, chegamos a tempo em Canindé e no caminho vimos vários assentamentos e alguns acampamentos dos sem-terra. Era a primeira vez que nós presenciávamos o Velho Chico, o Rio da Integração Nacional! Grande emoção, sobretudo porque o visual é muito bacana. Rapidamente fomos procurar onde fica o Karranca’s, que é de onde saem os catamarãs. Portanto, outra dica: para chegar ao Karranca’s, siga em direção à Usina de Xingó, ainda do lado sergipano. Até lá você encontrará placas sinalizando “catamarã” ou indicando o restaurante Karranca’s.”
O catamarã é bastante espaçoso e confortável, possui banheiros limpos, uma pequena cantina que vende bebidas e petiscos a preços honestos e toca música regional durante o passeio. À medida que avançávamos pelo rio, o sol batia direto na água verdinha que ficava cada vez mais clara. A paisagem é muito bonita, cheguei a me emocionar e me senti bastante relaxada e tranquila… foi um final de semana com cara de férias!!!!!
O barco parou em um atracadouro construído na área dos cânions e os guias nos deixaram livres durante uma hora para curtir o local.
O passeio foi bem organizado e a plataforma de desembarque tem ótima infraestrutura (Porto de Brogodó), contando com uma piscininha para crianças, boias compridas para auxiliar na flutuação e até uma lojinha de souvenirs. Optamos por pagar 3 reais por pessoa para um barquinho nos levar rapidamente a uma área mais restrita (e mais bonita). É um trajeto curto, mas vale muito à pena!!!!! Vocês podem conferir nas fotos a seguir.
Na volta do passeio, aproveitamos bastante essa maravilha da natureza nadando em águas tão clarinhas que a gente conseguia ver até o dedão dos pés!!!! E a temperatura estava agradabilíssima…
Você pode optar por descer até o rio comportadamente por uma escadinha (como eu) ou ser mais ousado e mergulhar de uma rampa localizada na plataforma, como fez o Marcelo. Se estiver inseguro, o melhor é pegar uma dessas minhocas coloridas e flutuar tranquilamente na piscininha cercada por redes ou no próprio rio.
No caminho de volta, vimos de longe parte da Usina de Xingó, que visitamos no dia seguinte.
Chegando ao restaurante flutuante Karranca´s, a maior parte dos turistas resolveu almoçar, mas preferimos descansar na pequena praia de águas tranquilas e pedir alguns belisquetes.
O Marcelo escolheu um espetinho de cordeiro e eu optei por um prato com 4 casquinhas de caranguejo bem suculentas… hummmmm!!!!!
Em seguida, partimos para Piranhas, cidade histórica que fica em Alagoas. Eu não sabia o que esperar do lugar, trabalhei muito durante a semana inteira, não tive tempo de pesquisar nada e confiei no meu guia particular, o Marcelo!
Chegando à cidade, fui recepcionada por um lindo morador negro de olhos verdes!!!! O gatinho fofo estava fugindo de algumas crianças que o assustavam jogando pedaços de isopor em sua direção e, quando me viu, começou a se enroscar entre minhas pernas e fez uma carinha de “me protege?” Reparem nos olhinhos dele me encarando no zoom da foto à direita… não deu pra resistir: sentei no chão e acariciei o bichano por alguns minutos até que ele se cansasse de mim e partisse.
A falta de expectativa valeu à pena!!!!! AMEEEEEEEI a cidade fofa, tranquila, charmosa, organizada, bem conservada e com vários mirantes de onde é possível avistar a beleza do rio São Francisco de diferentes ângulos. Foi uma surpresa maravilhosa conhecer esse lugar do qual eu nunca tinha ouvido falar até poucas semanas antes da viagem.
Infelizmente não visitamos o interior do café da torre no sábado e descobrimos que ele estava fechado no domingo, mas pudemos ao menos contemplar sua bela fachada.
Adorei esses “orelhões” em forma de piranhas!!!!
Nossa primeira opção de estadia, a Pousada Maria Bonita, estava lotada. Mas antes de procurarmos outro lugar pra passar a noite, aproveitamos para subir até a igrejinha no alto do morro a fim de curtir o pôr do sol.
Na descida, conseguimos um dos últimos quartos disponíveis na Pousada do Lampião.
Dormimos durante duas horinhas, tomamos banho e fomos jantar no restaurante FLOR DE CACTUS (82 3686-1365), recomendado em guias de viagem e localizado no Mirante Secular. Para chegar lá, é preciso subir a íngreme escadaria iluminada que aparece na foto acima… ui, haja panturrilha!!!!! Mas vale à pena, gente: vejam só a vista lá de cima…
Chegando no restaurante, o garçom nos informou que já era hora de fechar (20 hs!), mas que nós seríamos atendidos mesmo assim. Que bom!!!! Escolhemos o prato rapidinho e ele ficou pronto em poucos minutos. O serviço foi bastante eficiente e, mesmo fazendo hora extra, os funcionários foram extremamente simpáticos e gentis.
Pedimos carne de sol com macaxeira, feijão tropeiro e arroz. Estava tudo muito gostoso, menos o molho branco que, teoricamente, era de quatro queijos. A sobremesa foi queijo coalho com sorvete de tapioca e melado de cana. Estava sensacional e pretendo reproduzi-la em casa em breve!!!!
Dormi bem porque estava exausta e também porque comecei a perceber os sintomas do resfriado com mais intensidade. Mas o domingo amanheceu lindo, o céu tinha um tom de azul vibrante e o calor era de rachar…
Passeamos bastante pela cidade e pude fotografar o casario dos séculos XVIII e XIX com arquitetura em estilo colonial inglês e português, tombado como Patrimônio Histórico da União.
Encontramos um senhor pelo caminho que nos perguntou se estávamos gostando do passeio e, com muito orgulho, elogiou a cidade e a administração dela. Vimos placas de uma obra que está acontecendo na orla e, ao que tudo indica, vai criar uma estrutura bem legal para ser usufruída por moradores e visitantes.
Tirei essa foto em frente a uma das casas típicas da cidade porque achei interessante o fato de o pé direito ser tão baixinho… reparem que eu tenho só 1,60 m!!!!
Igrejinha branca com portinhas azuis… muito fofa!!!!
Praça com estátua do Padre Cícero
Portal de entrada da cidade
Havia um jogo de futebol acontecendo no domingo e a torcida parecia bastante animada. O detalhe interessante é que um dos times estava vestindo camisas do Flamengo (time do Marcelo). Bom, eu não entendo nada de futebol, mas achei o campo bem conservado e o Marcelo confirmou minha intuição. Segundo ele, “o gramado me pareceu em muito melhores condições que boa parte dos gramados que vejo em muitos jogos do brasileirão.”
Conhecemos mais alguns mirantes da cidade, que é pequena, porém cheia de ladeiras e ruelas. Antes de voltarmos à pousada para fazer o checkout, demos um pulinho na prainha de Piranhas e nos sentamos em um barzinho para apreciar o rio e observar os moradores se divertindo em um belo dia de sol.
É dessa praia que saem os barcos que fazem passeios a GROTA DE ANGICOS, onde ficava o esconderijo de Lampião e seu bando.
Nossa penúltima parada foi o galpão que abriga a feira de artesanato da cidade, onde comprei alguns souvenirs que mostrei NESSE POST.
Nossa despedida da cidade aconteceu em grande estilo, de volta ao Mirante Secular, onde havíamos estado na noite anterior. É de lá que se tem a mais bela vista de Piranhas.
Partimos de Piranhas em direção à Usina Hidrelétrica de Xingó, passeio que o Marcelo estava ansioso pra fazer, mas que eu não ligava muito e acabei gostando.
É definitivamente uma obra de engenharia monumental.
Dica do Marcelo: “para conhecer a Usina de Xingó, dirija-se ao Mirante/Centro de Recepção de Visitantes, do lado alagoano. É lá que começa a visita guiada, com apresentação de um vídeo explicativo (10 min) e da maquete da usina com explicações de um guia. Depois disso, você vai de carro, com o guia dentro, para a usina. Dentro da usina há duas paradas e é suficiente. O custo foi de R$ 30 por carro e tudo dura pouco menos de uma hora. Gostei muito, gosto de ver esses mega-empreendimentos de engenharia. Eu já conhecia Itaipu e Assuã (no Egito) e curti bastante o passeio em Xingó.”
De lá, nos despedimos de Alagoas e, já do lado sergipano novamente, passamos pelo MAX, o Museu de Arqueologia de Xingó, que exibe o resultado das escavações arqueológicas no local. A visita é rápida, custa 3 reais e o museu é pequeno, mas muito bem estruturado.
Era o fim da nossa estadia na região e pegamos a estrada de volta para Aracaju. No caminho, paramos na famosa lojinha de doces da Dona Nena. Fica no meio da estrada na altura de Nossa Senhora da Glória e tem uma placa bem discreta, mas recebe muitos visitantes. Compramos cocadas de leite condensado, doce cremoso de leite com cocada branca, docinhos de queijo coalho, côco e caju. Todos deliciosos!!!!!
Chegamos à Praia de Atalaia por volta das 19 hs. O voo era somente às 2:50 hs da madrugada, então havia tempo de sobra pra explorar o local.
Passeamos bastante pela orla, que é bastante diferente da que conhecemos no Rio. É cheia de atrações e esculturas e tem uma faixa de areia enoooooorme!!!!
Seguindo a sugestão da leitora Tássia Calumby, fomos ao restaurante e casa de shows CARIRI, que fica na badalada PASSARELA DO CARANGUEJO. Adorei a decoração da casa, com destaque para o uso de tecidos coloridos no forro do teto, assim como pinturas de festas típicas da região.
Experimentei o farto caldinho de camarão e um pastelzão de caranguejo, enquanto o Marcelo (que não come frutos do mar) pediu uma porção de carne de sol acebolada com macaxeira.
Depois do nosso “jantar”, passeamos um pouco mais pela orla e eu já estava ficando com sono (e, consequentemente, com mau humor, rsrsrs) quando decidimos parar novamente para o segundo “jantar”. Dessa vez, o Marcelo pediu um espetinho de carne e dividimos uma porção de queijo coalho grelhado com melado de cana, além da tapioca recheada com coalho, manteiga e côco… divina!!!!!
E assim terminou mais uma aventura pelo Brasil afora, que foi a penúltima do ano. Quando esse post for publicado, estarei voltando de Recife, Olinda e Cabo de Santo Agostinho (PE) e fechando o ciclo das viagens nacionais em 2011, mas já temos algumas agendadas para o primeiro semestre do ano que vem…obaaaaaa!!!!
Um grande beijo pra todos com votos de uma semana bastante animada!!!!